
BRASÍLIA, 24 de junho de 2025 – Os partidos Solidariedade e PRD devem oficializar nesta quarta (25), às 15h, a criação de uma federação partidária. O anúncio ocorrerá na Câmara dos Deputados, em Brasília. No Maranhão, as siglas são lideradas pelos deputados Othelino Neto e Marreca Filho.
A cerimônia deve contar com a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que foram convidados para o evento. A nova aliança tornará o Brasil detentor de cinco federações partidárias ativas.
Atualmente, já existem federações formadas por PT-PCdoB-PV, PSDB-Cidadania, PSOL-Rede e PP-União Brasil, esta última oficializada em abril. A documentação da nova federação será lavrada em cartório nesta semana e encaminhada ao TSE.
A união é mais um passo estratégico para tentar enfrentar a escassez de recursos enfrentada pelas siglas menores. A partir de 2026, as exigências legais para acesso ao fundo partidário e tempo de propaganda se tornarão mais rígidas.
A federação contará com 10 deputados federais, um governador — Clécio Luís (Amapá) — e 138 prefeitos eleitos. A presidência ficará com Ovasco Resende, do PRD. Paulinho da Força, dirigente nacional do Solidariedade, assumirá a vice-presidência.
Por ora, os partidos afirmam que o foco será a consolidação da federação. Contudo, lideranças dentro das siglas consideram possível abrir negociações com outras legendas, como o PSDB, que já havia mantido conversas prévias com o Solidariedade.
O PRD surgiu em 2023, a partir da fusão entre PTB e Patriota. No mesmo ano, o Solidariedade incorporou o Pros. Ambas as legendas realizaram manobras para se manterem ativas diante da cláusula de desempenho imposta pela legislação eleitoral.
As federações partidárias obrigam os partidos a atuarem como uma única legenda por no mínimo quatro anos. Isso inclui decisões conjuntas sobre candidaturas e somatória de votos para fins de recursos públicos e tempo de rádio e TV.
REGRAS ELEITORAIS MAIS RIGOROSAS
Segundo a legislação atual, para ter acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda, as siglas precisam eleger 11 deputados federais distribuídos em nove estados, ou obter 2% dos votos válidos em pelo menos nove unidades da federação.
A partir das eleições de 2026, as exigências serão maiores. As federações deverão alcançar 2,5% dos votos válidos, com um mínimo de 1,5% em cada estado, ou eleger pelo menos 13 deputados federais em nove unidades da federação.