BRASIL, 18 de março de 2024 – Jair Bolsonaro venceu as eleições em 2018 pelo extinto Partido Social Liberal (PSL). Na época, sob a liderança de Luciano Bivar, o partido saiu do anonimato absoluto para tornar-se a segunda maior bancada na Cãmara Federal. Antes do fim do primeiro ano de mandato, Jair Bolsonaro anunciou a saída do partido após alegar ter sido traído por Bivar. Passados seis anos e após o PSL unir-se ao Democratas para criar o União Brasil, Luciano Bivar foi defenestrado da direção da legenda e deve ser expulso do partido que criou. Veja a história com fim trágico de um dos primeiros traidores de Jair Bolsonaro.
2018
Por conta da extrema votação de Bolsonaro e seus apoiadores, Luciano Bivar tornou-se dirigente de um dos maiores partidos do país. Com a maior bancada, também vieram mais recursos públicos. O partido de Luciano Bivar recebeu, só em 2019, mais de R$ 100 milhões em recursos públicos.
Traindo o ex-colega e negando a realidade das urnas, Bivar recusou-se a dividir o comando do partido com o presidente da República. Na época especulava-se que Bivar havia ficado enlouquecido pelos recursos que deveriam entrar na legenda.
Bolsonaro deixou o partido que tornou grande cerca de um ano após a eleição.
Queimado pela traição, Bivar agiu rápido para criar um novo partido, o União Brasil. A legenda nasceria da fusão do PSL com o Democratas, antigo PFL.
A artimanha de Bivar fez nascer o maior partido do Brasil com 81 deputados federais em exercício e cerca de R$ 1 bilhão de recursos públicos já em seu primeiro ano de existência, em 2022.
Apesar de nascer monstro, o União Brasil viu cair a bancada de 81 para 59 parlamentares. Mesmo com a traição e Bivar, a maioria dos deputados do União apoiou Jair Bolsonaro nas eleições daquele ano.
Em 2024, seis anos após tonar-se um dos maiores líderes partidários do país graças a Bolsonaro, cinco anos depois de traí-lo e dois anos após fundar o União Brasil, Luciano Bivar foi escorraçado vida partidária.
No dia 29 de fevereiro deste, a chapa do advogado Antônio de Rueda e do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, foi eleita por 30 votos a zero.
Bivar ainda tentou cancelar a votação acusando de vícios no processo. Membros do partido reagiram e conseguiram manter a convenção. Em nota, o União afirmou que as eleições seguiram rigorosamente as diretrizes do estatuto do partido.
Isolado no partido, o traidor Luciano Bivar não participou da convenção nacional que formalizou Rueda na sucessão até 2028.
Desesperado, Bivar pode ter reagido à derrota mandando incendiar casas da família de Antônio Rueda, o homem que o expulsou da direção do União Brasil. O ex-mandatário do PSL é tido como principal suspeito pelos crimes.
O partido, inclusive, abriu processo para expulsar Bivar da legenda. Fora do partido, o deputado ainda deve perder o cargo de 1º secretário da Câmara Federal.
A vida partidária de Luciano Bivar, um dos maiores traidores do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve chegar ao fim melancólico reservado aos desleais.
Respostas de 3
É, Linhares Jr, se fomos elencar uma lista de personalidades que se encaixam no mesmo exemplo de atitudes que teve Luciano Bivar, é longa a lista. Fica a pergunta: Estaria Bolsonaro com a razão em todos esses casos?
Boa pergunta.
Essas “homenagens” não são de hoje.