
MARANHÃO, 14 de outubro de 2025 – O procurador-geral de Justiça do Maranhão, Danilo José Castro Ferreira, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação em que contesta a reclamação apresentada por Antônio Américo, presidente afastado da Federação Maranhense de Futebol (FMF).
O documento, endereçado ao ministro Flávio Dino, relator do processo, defende a continuidade da intervenção na entidade, determinada por decisão judicial anterior.
O processo tramita sob sigilo parcial e trata de suspeitas de irregularidades financeiras e administrativas supostamente ocorridas na gestão de Américo.
De acordo com o procurador-geral, devem ser mantidas todas as decisões que resultaram na intervenção da FMF, a fim de garantir a lisura das investigações conduzidas pelo Ministério Público.
RELATÓRIO DA INTERVENTORA
A manifestação do Ministério Público ocorreu após a interventora Susan Lucena apresentar um relatório parcial de auditoria à Justiça e ao MP. O documento apontou movimentações financeiras consideradas suspeitas nas contas da federação, incluindo saques em espécie que somaram R$ 1.705.243,33 apenas em 2025.
Além disso, o relatório indicou transferências que teriam sido realizadas a familiares de Américo, totalizando R$ 345.828,20, o que representa um montante de R$ 2.051.071,53.
O levantamento também apontou indícios de confusão patrimonial entre a FMF e o Instituto Maranhense de Futebol, além de pagamentos sem comprovação de serviços prestados.
O relatório destacou ainda a situação financeira da FMF, que possui 82 inscrições na Dívida Ativa da União e do FGTS, somando R$ 2.177.694,27. Para a interventora, a condição fiscal da entidade exige medidas urgentes de reorganização e transparência.
Em paralelo, a junta interventora apresentou um cronograma de reforma estatutária e de realização de novas eleições para a diretoria da federação. O pleito está previsto para ocorrer em 3 de novembro de 2025, após a conclusão da auditoria e a regularização jurídica da instituição.
DECISÃO DO STF
O ministro Flávio Dino havia determinado anteriormente a suspensão das atividades da junta interventora até analisar o pedido de medida provisória feito pela defesa de Américo, que busca reassumir o cargo de presidente.
A decisão final do STF definirá se a intervenção será mantida ou se o comando da FMF retornará ao dirigente afastado.







