
BRASIL, 22 de dezembro de 2025 – O Brasil registrou o pior índice de praias próprias para banho em dez anos, com apenas 30,2% dos trechos monitorados mantendo condições adequadas durante todo o período de um ano.
Os dados oficiais, coletados entre novembro de 2024 e outubro de 2025, mostram que, de 820 locais analisados, somente 253 foram considerados próprios em todas as medições. O levantamento foi realizado com base em informações de agências ambientais de 14 estados.
O número de praias próprias caiu drasticamente na série histórica iniciada em 2016, atingindo o ponto mais baixo agora. No estado de São Paulo, a situação se agravou, com o número de praias boas caindo de 62 para 47.
A Companhia Ambiental do Estado (Cetesb) atribuiu o resultado principalmente ao alto volume de chuvas no período, que carrega poluição para o mar.
No litoral paulista, as praias classificadas como ruins subiram de 33 para 43. Alguns locais enfrentam problemas históricos, como a praia do Perequê, em Guarujá, considerada péssima em todas as medições desde 2016.
Especialistas e moradores apontam a falta de saneamento básico e o crescimento urbano desordenado como causas persistentes.
No Rio de Janeiro, a situação também é crítica, com apenas 66 praias próprias durante todo o ano. Cerca de 200 trechos foram classificados como regulares, ruins ou péssimos. A praia de Botafogo, na capital, permanece como um símbolo do problema, com dois pontos monitorados registrando 67,1% de amostras impróprias em 2025.
Em contraste, alguns estados do Nordeste apresentaram melhora. Na Bahia, 23 praias mantiveram condições adequadas em 2025, quase o dobro do ano anterior. No entanto, o retrato estadual é incompleto, pois destinos turísticos famosos como Porto Seguro e Ilhéus ficaram fora do monitoramento por problemas contratuais.
O contato com águas poluídas pode causar doenças gastrointestinais e infecções de pele. Além dos riscos à saúde, o despejo de esgoto sem tratamento danifica o ecossistema costeiro, contaminando moluscos e afetando a subsistência de comunidades tradicionais que dependem da pesca.







