
CAJAPIÓ, 6 de janeiro de 2025 – O policial Lucian, integrante do 36º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, utilizou as redes sociais para denunciar supostas irregularidades durante uma operação policial em Cajapió.
Em um vídeo, o soldado afirmou que uma moto com chassi suprimido foi apreendida, mas, por ordens superiores, deveria ser devolvida sem o devido procedimento legal.
Lucian explicou que a abordagem ocorreu durante patrulhamento ostensivo na cidade, quando um menor em alta velocidade quase colidiu com a viatura. Após a interceptação, os policiais constataram que o chassi do veículo estava adulterado.
A moto foi conduzida à Delegacia Regional de Viana, mas, segundo o soldado, o supervisor de plantão determinou a liberação.
“O chassi estava suprimido, então resolvemos conduzir a moto para a Delegacia Regional. Tudo dentro da legalidade. Depois de certo tempo, fomos informados que o supervisor de dia deste batalhão deu ordem para soltar a moto. Isso é um desrespeito”, declarou Lucian no vídeo.
DENÚNCIA CONTRA O COMANDO
Durante o relato, Lucian criticou o comando por, supostamente, adotar critérios diferentes para operações semelhantes. Ele mencionou que outras apreensões de veículos em condições similares foram levadas à delegacia.
“Teve uma operação em Matinha, os policiais deram sangue no sol quente para conduzir motos com chassi suprimido. Mas esta aqui não pode. Por quê?”, questionou.
Além disso, o soldado declarou sua insatisfação com o ambiente de trabalho e anunciou sua transferência de batalhão. “A partir do dia 2, vou entregar meu armamento. Não trabalho mais nesse batalhão. Eu não sou criminoso, gosto de fazer o meu serviço como a Constituição manda”, afirmou.
Na oportunidade, Lucian também relatou problemas psicológicos agravados pelo ambiente de trabalho. “Já passei várias vezes por psiquiatra, fiquei afastado. Agora, minha cabeça está como? Só pensando em fazer besteira”, desabafou.
No vídeo, Lucian afirmou que não apagará as denúncias, mesmo sob possível retaliação. Ele prometeu cumprir sua escala até a última quinta (2), mas reafirmou que não continuará no batalhão.
“Se eu tiver errado, me punam. Mas eu não sou moleque, não sou capacho. Eu honro a verdade”, concluiu.