O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), já estruturou seu Plano de Governo para um possível segundo mandato, delineando 55 propostas distribuídas em três eixos principais.
De acordo com o item 33 do atual plano de governo, consta a proposta de renovar e ampliar a frota de ônibus do transporte público. No entanto, não há qualquer menção quanto a revisão da licitação do transporte público, bem como implantação de terminais, proposta essa apresentada no Plano de governo de 2020, mas que não foi cumprida. Veja abaixo:
Em abril de 2023, Braide declarou, durante uma coletiva de imprensa, que a Prefeitura só repassaria subsídios às empresas de ônibus se houvesse uma melhoria concreta no transporte público.
Ele também garantiu que não haveria um novo aumento nas tarifas e anunciou a intenção de enviar à Câmara de Vereadores um projeto de lei para revisar o contrato de concessão do sistema de transporte.
A proposta incluiria, entre outros pontos, a ampliação do prazo de validade dos créditos eletrônicos de um para cinco anos.
No entanto, a realidade mostrou-se diferente. A suspensão dos repasses pela Prefeitura foi apontada pelos empresários como a causa da greve dos rodoviários, devido ao atraso no pagamento dos salários dos motoristas.
Apesar das promessas, a Prefeitura de São Luís transferiu, entre fevereiro e julho de 2024, mais de R$ 52 milhões em subsídios ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET), entidade que representa as empresas que operam o transporte público na capital.
Somente em fevereiro deste ano, a Prefeitura destinou R$ 36 milhões ao SET, seguido por repasses de R$ 10 milhões em junho e R$ 6,1 milhões em julho. Esses valores somam mais de R$ 52 milhões apenas em 2024, totalizando R$ 118,7 milhões nos últimos quatro anos.
Esses aportes financeiros foram realizados sob a justificativa de apoiar o sistema de transporte coletivo, que, segundo a Prefeitura, deveria ter melhorado com o aumento de R$ 0,30 nas tarifas, ocorrido em fevereiro, mas que não se concretizou na prática.
Os subsídios pagos pela gestão Braide ao longo dos últimos anos indicam uma relação estreita entre a Prefeitura e as empresas de transporte.
Em contrapartida, o compromisso das empresas com as melhorias no sistema, que foram condicionadas aos subsídios e ao aumento das tarifas, nunca se materializou.