
RIO DE JANEIRO, 29 de outubro de 2025 – Uma planilha apreendida pela Polícia Civil do Rio revelou que o Comando Vermelho (CV) gastou mais de R$ 5 milhões em armamentos em um único mês.
A investigação, divulgada pelo jornal O Globo, localizou o documento no celular de Luiz Carlos “Da Roça”, um dos principais operadores logísticos da facção. Os dados mostram a aquisição de 14 fuzis e mais de 44 mil munições, incluindo um fuzil .50 de uso militar.
A polícia rastreou parte das munições compradas pelo Comando Vermelho em ataques a forças de segurança e em invasões a territórios rivais. Os investigadores identificaram um repasse de R$ 1,6 milhão para um fornecedor citado na planilha como “Bazzana”.
Eles afirmam que se trata do empresário Eduardo Bazzana, atirador esportivo e ex-presidente de um clube de tiro em Americana (SP), que foi preso em maio.
As provas reunidas no inquérito incluem comprovantes de transferências bancárias. Esses documentos mostram Pix de laranjas do tráfico para contas ligadas ao empresário e suas empresas.
Para o Gaeco, as datas e os valores batem com os registros extraídos do celular de Da Roça, confirmando a venda direta de munição para a cúpula do Comando Vermelho.
Luiz Carlos “Da Roça” ganhou influência dentro da facção ao participar de invasões de favelas na zona oeste do Rio. Sua atuação garantiu prestígio com Edgar “Doca”, chefe do tráfico no Complexo da Penha.
Como recompensa, ele assumiu o comando da favela da Muzema, expandindo as fontes de renda do Comando Vermelho para grilagem e cobrança de taxas.
A polícia revela que Da Roça atua hoje como operador logístico do CV. Ele é responsável por importar armas e drogas, abastecer outras favelas e administrar parte do “fundo de guerra” da facção.
Esse fundo financia a compra de fuzis e munições para ofensivas contra grupos rivais e milícias.







