
BRASIL, 29 de abril de 2025 – O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) anunciaram o fim da trégua estabelecida em fevereiro, que visava reduzir conflitos e garantir operações criminosas.
O rompimento foi confirmado por comunicados internos das facções obtidos pelo GLOBO e pelo Ministério Público de São Paulo. As “rixas regionais” e divergências organizacionais entre os grupos são apontadas como causas principais da ruptura.
Em comunicado datado de segunda (28), o PCC declarou o fim da aliança, citando “questões que ferem a ética do crime”. Já o CV, em nota distribuída por redes sociais, alertou seus membros sobre a ruptura e reforçou diretrizes internas.
A trégua, que durou menos de três meses, buscava reduzir homicídios que prejudicavam os negócios ilícitos das organizações.
DIVERGÊNCIAS E DISPUTAS TERRITORIAIS
O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco, afirmou que o rompimento era esperado, já que Marcinho VP, principal líder do CV, não teria endossado o acordo.
Além disso, as estruturas das facções diferem: enquanto o PCC opera com comando centralizado, o CV age em “franquias” estaduais com autonomia local. Autoridades destacam que disputas por áreas de atuação inviabilizaram a paz.
Em fevereiro, nove estados (Minas Gerais, Amazonas, Acre, Roraima, Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe) relataram indícios da aliança. No entanto, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraíba mantiveram relatos de conflitos entre as facções durante o período.