BRASIL, 24 de outubro de 2023 – A ONG Instituto Socioambiental (ISA), sob investigação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), foi selecionada através de um processo seletivo e passará a fazer parte do grupo coordenado pelo ministério da renomada ambientalista Marina Silva.
Servidores do ministério foram responsáveis pela seleção, sendo que um deles havia trabalhado anteriormente para uma ONG.
Na última sexta (20), o ISA foi anunciado como membro titular da Comissão Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Conaveg). Ainda não está claro se a participação no trabalho será voluntária ou remunerada.
A Conaveg desempenha um papel crucial na elaboração de estratégias para combater o desmatamento e promover a recuperação de áreas de vegetação nativa em biomas como a Amazônia e o Cerrado.
De acordo com as informações do governo, a Conaveg é considerada uma “instância de decisão interministerial” com a missão de propor planos e diretrizes, além de coordenar e articular iniciativas estratégicas para todos os biomas brasileiros, incorporando ações de planos anteriores voltados para a Amazônia Legal.
O Instituto Socioambiental (ISA), que agora integra o grupo do ministério de Marina Silva, está sob os holofotes da CPI após denúncias de indígenas sobre suposta exploração. A ONG tem uma trajetória de mais de 20 anos de atuação na região da Amazônia.
Conforme revelado pela CPI, a ONG arrecadou mais de R$ 60 milhões provenientes do Fundo Amazônia, financiado pela Noruega, Alemanha e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ISA recebeu R$ 12 milhões para executar um projeto de mapeamento da Amazônia entre 2016 e 2022, provenientes de uma única fonte de financiamento. No entanto, indígenas que deveriam ser beneficiados com os recursos relatam ter sido negligenciados.
Uma das comunidades afetadas é a etnia dos Tucanos, em Pari-Cachoeira (AM), que alega que o ISA não cumpriu as promessas de infraestrutura feitas, como a construção de um açude e saneamento básico.