
MACEIÓ, 25 de abril de 2025 – A prisão do ex-presidente Fernando Collor na madrugada desta sexta-feira (24) confirma uma tendência peculiar da política brasileira: a de que ocupar o Palácio do Planalto pode, eventualmente, levar a uma estadia na cadeia.
Com sua condenação a oito anos e dez meses por corrupção na BR Distribuidora, o ex-presidente agora integra um seleto grupo de ex-mandatários que, desde a redemocratização, foram presos.
Antes dele, Michel Temer (MDB) e Lula (PT) já haviam feito o mesmo trajeto – cada um com seu próprio estilo. Temer, preso preventivamente em 2019 na Operação Descontaminação, enfrentou acusações de liderar um esquema de propinas na construção da usina Angra 3.
Lula, por sua vez, cumpriu pena no caso do triplex do Guarujá, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, antes de ser liberado por uma mudança de entendimento do STF.
Curiosamente, antes de 1985, ex-presidentes eram detidos principalmente por motivos políticos – como Getúlio Vargas, deposto em 1945, ou Juscelino Kubitschek, alvo da ditadura militar. Hoje, as acusações são outras, mas o destino parece manter certa simetria.
Collor, que renunciou para evitar um impeachment nos anos 1990, agora volta às manchetes não por um golpe, mas por decisão judicial.