BRASÍLIA, 23 de agosto de 2023 – Dos 220 deputados federais que compõem a bancada evangélica, aproximadamente 106 deles se posicionaram a favor das três principais decisões do Governo Lula em 2023: a medida provisória para reestruturação dos ministérios, o projeto de lei complementar do arcabouço fiscal e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. Esses deputados votaram “sim” ou se abstiveram durante as votações.
Segmentando os números de acordo com cada votação, 128 membros da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) demonstraram apoio ao arcabouço fiscal, enquanto 107 se inclinaram a favor da reestruturação dos ministérios e 119 alinharam-se à reforma tributária. Esses números refletem as orientações dos principais partidos que compõem essa bancada, sendo a grande maioria dos deputados seguindo tais orientações.
O partido Republicanos, conhecido por suas inclinações conservadoras e por seu histórico próximo ao governo Bolsonaro, esteve entre as siglas que guiaram sua bancada evangélica a apoiar as propostas que interessavam ao presidente Lula. O deputado federal Marcos Pereira, bispo da Igreja Universal e presidente nacional do Republicanos, desempenha também o papel de 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados, mantendo uma proximidade significativa com o presidente da Casa, Arthur Lira.
O Republicanos divulgou uma nota destacando sua postura a favor da aprovação da reforma tributária e outras reformas relevantes, reforçando o perfil reformista do partido. O comunicado também ressaltou que a orientação dada não deve ser interpretada como um vínculo direto com o atual governo, e sublinhou o compromisso do partido com abordagens liberais na economia e sensíveis às questões sociais.
Entretanto, alguns deputados do Republicanos, como Tenente Coronel Zucco (RS) e Messias Donato (ES), divergiram das orientações e votaram contra as medidas propostas. A liderança da Frente Evangélica na Câmara também é um ponto de interesse. Silas Câmara (AM), atual presidente da Frente, assumiu recentemente o cargo e deixou claro em suas declarações que seu diálogo com o presidente Lula não o posiciona como membro da esquerda política.
Silas Câmara esclareceu que, dos 220 deputados que inicialmente formaram a Bancada Evangélica, apenas cerca de 129 são atuantes. Ele destacou a importância das frentes parlamentares como defensoras dos temas que representam, com o propósito de abordar e defender questões cruciais no cenário político.
De acordo com Silas, a atuação da bancada evangélica concentrou-se na proteção da imunidade tributária das igrejas e sua expansão para instituições ligadas a elas, com ênfase na busca por melhorias para a população brasileira, independentemente da filiação partidária.