
BRASÍLIA, 16 de abril de 2025 – No sexto dia de sua greve de fome contra a cassação do mandato, o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) recebeu um apoio no mínimo curioso: a visita de Cleber Verde (MDB-MA) e Ribamar Silva (PSD-SP), dois parlamentares do Centrão. O mesmo PSD, diga-se, do relator do processo de cassação, Paulo Magalhães (PSD-BA).
Segundo informações do O Globo, os deputados afirmaram, em tom reservado, que são contra a punição e prometeram articular apoio em suas bancadas – uma demonstração de que, na política, até adversários podem se tornar aliados circunstanciais.
O motivo da cassação, no entanto, não é exatamente um debate filosófico: Braga não é nem acusado, ele comprovadamente agrediu fisicamente o influenciador do MBL Gabriel Costenaro. O Conselho de Ética considerou o caso grave o suficiente para recomendar a perda do mandato – o que agora depende do plenário.
Enquanto isso, o deputado insiste em chamar Arthur Lira de “bandido” e afirma que o relatório foi “comprado”, estratégia que, convenhamos, nunca falhou na história da política brasileira.
Enquanto Braga jejua, sete ministros do governo Lula já foram visitá-lo, incluindo Paulo Teixeira (Agricultura). O PSOL, porém, reclama da resistência de outras lideranças do Centrão, atribuindo-a a pressões de Lira.
Resta saber se a greve de fome – método clássico de protesto, mas nem sempre eficaz – conseguirá convencer 257 deputados a votarem contra a cassação. Ou se, no fim, tudo não passará de um grande teatro com direito a plateia do deputado Cleber Verde.