MARANHÃO, 29 de novembro de 2023 – O Cerrado, bioma crucial para a biodiversidade brasileira, enfrenta crise alarmante de desmatamento, revela o relatório mais recente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Entre agosto de 2022 e julho de 2023, a região perdeu 11.011 km² de vegetação nativa, marcando um aumento de 3% em comparação ao mesmo período anterior, de 2021 a 2022.
O estado do Maranhão se destaca negativamente, registrando a maior área de vegetação nativa suprimida, totalizando 2.928 km². Em seguida, encontramos o Tocantins (2.233 km²), Bahia (1.971 km²) e Piauí (1.127 km²).
Os dados foram divulgados pelo Inpe, vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, nesta terça (28).
A Bahia apresenta a maior variação negativa, com um aumento de 38% na área desmatada em relação ao período de agosto de 2021 a julho de 2022. Mato Grosso do Sul (14%), Tocantins (5%) e Maranhão (3%) também contribuem para essa tendência preocupante.
Por outro lado, alguns estados demonstram esforços para conter o desmatamento. Goiás (-18%), Mato Grosso (-18%), Minas Gerais (-12%) e Piauí (-5%), que integra a região do Matopiba, conseguiram reduzir as taxas de desmatamento.
Desde 2019, a área desmatada no Cerrado continua a crescer, embora o aumento percentual neste último período seja menor em comparação aos quatro períodos anteriores.
Entre agosto de 2021 e julho de 2022, o Cerrado perdeu 10.688 km², representando um aumento de 25,29% em relação aos 8.531 km² desmatados entre 2020 e 2021.
Segundo Cláudio Almeida, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas Brasileiros do Inpe, 75% do desmatamento se concentra na região de Matopiba, abrangendo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.