SÃO LUÍS, 20 de fevereiro de 2024 – Poucas semanas após a suspensão do promotor Zanony Passos Silva Filho pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), ação da Polícia Civil do Maranhão mirou um ex-assessor jurídico do Ministério Público do Maranhão (MP-MA), identificado como parte de um esquema que visava obstruir investigações policiais mediante a venda de dados protegidos. O caso ressalta as dúvidas sobre a integridade dentro do MP-MA.
Na operação desta terça (20), Lélio Rebouças e Karina Melo, pais da influenciadora digital Skarlete Mello, foram detidos por adquirirem informações judiciais sigilosas por R$ 300 mil.
O ex-assessor, que teve acesso privilegiado ao Processo Judicial Eletrônico (PJe) quando estava no Ministério Público, é acusado de extrair e comercializar informações sigilosas mesmo após seu afastamento do serviço público há cerca de quatro anos. A prática ilegal foi detectada durante as investigações, que revelaram uma violação contínua do sigilo e segredo de Justiça.
O delegado Augusto Barros, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (SEIC), destacou a sofisticação do esquema, que comercializava informações judiciais a organizações criminosas, implicando diretamente os advogados envolvidos.
Além dos pais de Mello, a operação busca Jordana Torres, uma advogada foragida, e outro advogado ainda não identificado pela polícia. Este incidente sublinha a existência de um núcleo jurídico dedicado a facilitar atividades criminosas, desafiando a segurança e a confidencialidade do sistema judicial brasileiro.