MARANHÃO, 17 de janeiro de 2025 – No Maranhão, a pulverização aérea de agrotóxicos tem causado danos graves às comunidades tradicionais, como a de Manuel do Santo, em Timbiras.
Durante colheitas de milho e arroz, moradores relataram aviões despejando veneno sobre casas e roçados, afetando a saúde mental e física dos habitantes. A prática tem levado os moradores a pedirem intervenção das autoridades.
A legislação brasileira permite o uso de agrotóxicos banidos em diversos países, inclusive nas proximidades de comunidades indígenas e quilombolas.
Marcia Palhano, da Comissão Pastoral da Terra (CPT/MA), denuncia a prática como “perversa”, ressaltando os efeitos negativos na segurança alimentar e no bem-estar físico e emocional das comunidades. Ela alerta para o aumento dos registros de contaminação, que atingem corpos e territórios sagrados.
O relatório semestral da CPT aponta que, no primeiro semestre de 2024, o Maranhão registrou 156 dos 182 casos nacionais de contaminação por agrotóxicos, dez vezes mais que no mesmo período de 2023.
Relatos de moradores, como “José” (nome fictício), descrevem coceiras e perdas nas plantações devido à pulverização aérea. “É doloroso trabalhar para alimentar a família e ver tudo destruído pelo veneno”, afirma.