
SÃO LUÍS, 25 de abril de 2025 – A tradição da Semana Santa inclui renovação espiritual, reencontro familiar e, aparentemente, para alguns bandidos da Ilha de São Luís, uma oportunidade de dar novo rumo à vida – longe das grades.
Dos 718 presos que receberam o benefício da saída temporária, 38 decidiram que o período de reflexão não precisava, afinal, terminar tão cedo. O prazo para retorno era 22 de abril, mas três dias depois, as celas continuam vazias.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) classifica os faltosos como “foragidos da Justiça”, sujeitos a regressão de regime e outras sanções. Mas os números sugerem que o risco não tem sido suficiente para frear a política de liberações: em 2024, 37 dos 752 bandidos (4,9%) já haviam “estendido” suas saídas sem aviso prévio.
Curiosamente, a estatística não impediu que o benefício fosse mantido – e até ampliado. Resta saber se, no próximo ano, a Seap incluirá no edital de saída temporária um lembrete mais enfático sobre a importância de, depois da ceia, voltar para casa.
A casa, no caso, sendo o presídio.