
BRASÍLIA, 13 de março de 2025 – O governo Lula propôs ao Congresso Nacional uma alteração no Orçamento de 2025 para destinar R$ 750 milhões ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e remanejar R$ 40 bilhões para atender aliados políticos.
A mudança prevê cortes em programas sociais, como o Bolsa Família, segundo informações divulgadas pelo Estadão nesta quinta (13).
Do total destinado ao MST, R$ 400 milhões serão para a compra de alimentos da agricultura familiar, enquanto R$ 350 milhões irão para o Fundo de Terras e da Reforma Agrária.
O envio de recursos ao movimento ocorre dias após a visita de Lula a um acampamento do MST em Minas Gerais, onde recebeu críticas dos integrantes e afirmou conhecer a diferença entre aliados históricos e temporários.
A proposta de alteração orçamentária foi encaminhada pelo Ministério do Planejamento à Comissão Mista de Orçamento (CMO) e ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), na terça (11). O governo e parlamentares esperam votar a proposta na próxima semana.
OUTROS REMANEJAMENTOS ORÇAMENTÁRIOS
Além dos recursos para o MST, o governo prevê R$ 1 bilhão para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 3 bilhões para o pagamento do Auxílio Gás. Também será destinado um acréscimo de R$ 183 milhões ao abono salarial, que beneficia trabalhadores com carteira assinada e renda de até dois salários mínimos.
O seguro-desemprego receberá reforço financeiro, enquanto órgãos controlados por partidos do centrão também serão beneficiados.
O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), ligado ao PP e Avante, terá um aumento de R$ 40 milhões, e o Ministério dos Esportes, contará com R$ 300 milhões adicionais para infraestrutura esportiva vinculada ao PAC.
CORTES NO ORÇAMENTO PARA ACOMODAR OS RECURSOS
Para viabilizar os novos gastos, o governo prevê cortes de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família, resultado da revisão de beneficiários e eliminação de fraudes. O Programa Pé-de-Meia, voltado para estudantes, não foi incluído nos ajustes.
Outros programas também sofrerão cortes. O Minha Casa Minha Vida perderá R$ 80,5 milhões, enquanto o Programa de Financiamento às Exportações (Proex) terá uma redução de R$ 850 milhões.
O Fundo Nacional da Cultura enfrentará um corte de R$ 596 milhões. O Ministério do Planejamento afirmou que a redução no Bolsa Família já havia sido considerada nas discussões fiscais anteriores.