BRASÍLIA, 04 de junho de 2024 – O presidente Lula instruiu os líderes do governo a pressionarem ministros de partidos do Centrão para garantirem votos favoráveis aos projetos em tramitação no Congresso. A decisão foi tomada após uma série de derrotas em votações no Legislativo na semana anterior.
Lula solicitou que José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA), líder no Senado, trabalhem junto com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para coordenar a articulação política.
Eles devem colaborar com representantes de partidos como PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB, mapeando antecipadamente os votos garantidos por esses ministros.
Ministros maranhenses, como Juscelino Filho (Comunicações), André Fufuca (Esporte), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Celso Sabino (Turismo), indicados por partidos do Centrão, são alguns dos que terão participação ativa no diálogo com suas bancadas.
A maior envolvimento deles é visto como essencial para melhorar a articulação do governo e assegurar apoio nas votações prioritárias.
Lula também enfatizou que deseja ser acionado diretamente quando necessário, para que ele próprio possa dialogar com ministros da base governista.
Ele busca maior enfrentamento dos partidos aliados contra a oposição no Congresso, incentivando as legendas da base a ocuparem mais espaço nos plenários.
Após derrotas recentes, Lula decidiu que fará reuniões semanais às segundas com o núcleo político do governo para discutir os temas em pauta no Legislativo.
Na última semana, o presidente enfrentou resistência de parlamentares de partidos com assento na Esplanada dos Ministérios.
Por exemplo, na votação sobre as “saidinhas” temporárias de presos, 314 deputados votaram para anular o veto presidencial, sendo que metade dos votos pela derrubada veio de partidos aliados. No Senado, 52 votaram contra o veto e 11 a favor, superando os votos necessários para a anulação.
Nos próximos encontros, Lula quer a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda), atualmente em viagens internacionais.
Além disso, o presidente solicitou mais empenho dos ministros petistas na defesa do governo, ocupando espaços na mídia e em eventos públicos para divulgar ações.