APOSENTADOS LESADOS

Lewandowski envolvido no esquema do INSS?

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Lewandowski INSS
Escritório do filho do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski atuou para entidade alvo da PF por esquema que desviou bilhões de reais dos aposentados do INSS.

BRASÍLIA, 29 de abril de 2025 – Logo após a Polícia Federal deflagrar a operação para desmantelar o esquema que desviou bilhões de reais dos aposentados do INSS, um nome ilustre surgiu em meio à papelada: o filho do atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.

Aparentemente, nem mesmo um dos cargos mais altos da República impede que laços familiares estejam, ainda que “casualmente”, conectados a entidades sob investigação.

O escritório do advogado Enrique Lewandowski foi contratado em dezembro de 2024 pelo Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap), entidade agora na mira da PF, quatro meses antes da operação batida pela polícia.

O contrato previa a defesa da associação perante órgãos federais, incluindo a Senacon — que, veja só, é subordinada ao Ministério da Justiça do pai do advogado.

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Segundo nota da assessoria do ministro, o contrato “não teve qualquer relação” com a pasta. Já Enrique Lewandowski afirmou que a atuação era “puramente administrativa” e que “jamais atuou” no Ministério da Justiça. De fato, o contrato também menciona reuniões com o INSS, CGU e até o TCU — todos agora investigando a fraude.

O valor do contrato: módicos R$ 200 mil mensais, dos quais R$ 50 mil foram para o escritório de Enrique. Por um ano de trabalho, o total beira R$ 600 mil — uma cifra que talvez não pese tanto no bolso de quem administra acordos que movimentaram R$ 9,9 milhões mensais em menos de um ano.

O Cebap, associado ao empresário Maurício Camisotti — suspeito de operar o esquema através de entidades fantasmas — foi autorizado a aplicar descontos de até 2,5% nos benefícios de aposentados a partir de dezembro de 2022. Em pouco tempo, os rendimentos da associação dispararam.

E mesmo após auditorias do TCU e da CGU apontarem irregularidades, a entidade seguiu firme… até a operação da PF bater à porta.

Na coletiva em que comentou a operação, o ministro Lewandowski não mencionou a coincidência contratual entre seu filho e o Cebap. Afinal, como disse sua assessoria, tudo não passou de uma “representação institucional” — em um contrato que tratava, entre outras coisas, da “manutenção da habilitação do Cebap junto ao INSS”.

O Ministério da Previdência, por sua vez, já anunciou a suspensão de todos os acordos de cooperação técnica e prometeu devolver os valores descontados em abril. Os anteriores? Esses ainda serão “avaliados”.

Enquanto isso, os aposentados — alvos reais da fraude — aguardam.

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