ENTRELINHAS

Lahesio Bonfim: circo ou trono em 2026?

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Ou Lahesio Bonfim se consagra como grande líder em 2026 e inaugura uma direita de verdade no MA, ou vira piada, perdido no picadeiro da própria soberba.

Aos 46 anos, é indiscutível que Lahesio Bonfim é o maior nome da recente “direita maranhense”. A ascensão meteórica do ex-prefeito de São Pedro dos Crentes é reflexo local de um fenômeno global, ainda que acompanhado das trapalhadas típicas de quem confunde liderança com culto à personalidade. Estratégia, inteligência e senso de grupo nunca foram exatamente o forte da direita maranhense, então Lahesio não pode ser culpado integralmente por ser assim. Ele é apenas fruto do meio.

A campanha de 2022, que mais parecia uma romaria de interior, comprovou sua grandeza eleitoral e humilhou alguns figurões com suas campanhas milionários. Naquele ano, Lahesio mostrou que é possível contar com o povo. Em 2026, no entanto, será revelada sua grandeza ou pequenez política. Será que o povo pode contar com a inteligência dos políticos de direita no estado?

Hoje são cotados como possíveis candidatos ao governo Eduardo Braide, Felipe Camarão e o próprio Lahesio Bonfim. O prefeito de São Luís lidera um projeto pessoal, enquanto Camarão representa a continuidade do dinismo e do lulopetismo local. Lahesio, claro, é o expoente da direita maranhense.

Enquanto Braide alimenta sua ambição pessoal e Camarão busca preservar o domínio do grupo dinista, Lahesio enfrenta objetivos mais complexos: alinhar a política estadual com a direita nacional. Contudo, antes de voos maiores, precisa resolver um detalhe complicado: unir uma direita maranhense mais desunida que festa de família após a divisão da herança.

E é justamente aqui que Lahesio tropeça com gosto. Em vez de aproveitar a liderança natural que conquistou, costurar alianças e unir os fragmentos da já combalida direita local, ele prefere o isolamento. Prova cabal disso é seu único aliado atual: Flávia Berthier. Quem precisa de inimigos quando tem Flávia Berthier como aliada? Uma figura tão popular entre direitistas quanto o ferry boat em véspera de Semana Santa. Flávia já conseguiu brigar com toda a direita maranhense, é acusada de meter a mão no cofre patriota e recentemente achou de debochar da prisão da missionária Eliene de Jesus. Talvez seu verdadeiro talento seja provar que sempre dá para piorar.

Quando Lahesio anunciou sua candidatura ao governo em 2026, voltou a demonstrar o talento nato para decisões desastrosas. Atacou adversários, exigiu elogios ao seu próprio nome e ainda lançou a “imbatível” Flávia ao Senado. As semanas passaram, e o isolamento do candidato só aumentou. Enquanto Braide e Camarão articulam discretamente, Lahesio grita sozinho, como quem acredita que volume substitui estratégia.

O POSSÍVEL E O IMPOSSÍVEL

Se Lahesio tivesse um mínimo de senso estratégico, perceberia que sua força política estaria muito mais bem empregada numa candidatura ao Senado. Diante da impossibilidade de reeleição dos senadores Eliziane Gama e Weverton Rocha, sua candidatura seria extremamente competitiva.

Uma chapa formada por Braide ao governo e Lahesio ao Senado não só garantiria a vaga senatorial como fortaleceria ambos politicamente. Por outro lado, insistir na candidatura ao governo seria praticamente garantir sua derrota. Lahesio ficaria esmagado entre a popularidade de Braide e a máquina governista de Camarão, terminando, na melhor das hipóteses, carregado “pelo beiço” para apoiar Braide em eventual segundo turno, sem ganhar nada em troca além da humilhação pública.

O SALTO PARA O FUTURO

Se eleito senador, Lahesio teria espaço para consolidar-se como uma liderança forte até 2034, com chances reais de disputar o governo em 2030 ou 2034. Além disso, um alinhamento federal com sua ideologia poderia potencializar ainda mais sua influência política.

A candidatura ao governo, no entanto, não passaria de uma repetição ampliada dos seus erros recentes. Não se trata aqui de um conselho, mas sim de uma constatação clara: Lahesio está diante de duas opções óbvias – saltar para o futuro ou despencar de vez para o ostracismo político. Dado seu histórico, é melhor não apostar contra a segunda opção.

Ou se consagra como líder, ou vira piada, perdido no picadeiro da própria soberba.

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Uma resposta

  1. Perfeita sua análise Linhares, Braide e Lahesio Bonfim representam a real oportunidade de livrar o Maranhão desse modelo catastrófico de governo implantado por Brandão que joga o estado ainda mais no fosso absal de miséria e desigualdade que condena milhões de maranhenses a dependência total do governo por meio de políticas como bolsa família, restaurante popular. O Maranhão agoniza e mesmo que haja divergências de ideias , todo maranhense de bem deve se unir nesse propósito de libertação do Maranhão do coronelismo que se fortaleceu ainda mais nesse governo administrado por uma família. Espero que tanto Braide como Lahesio tenham a humildade de colocar as diferenças de lado e se unirem em prol dos maranhenses. Chega de tanto atraso, o Maranhão é dos maranhenses e não de uma família ou grupo político.

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