
BRASÍLIA, 24 de fevereiro de 2025 – A Polícia Federal investiga Willian Barille, suspeito de chefiar uma rede internacional de tráfico de drogas e conhecido como “concierge do PCC”.
Ele é apontado como facilitador das operações do Primeiro Comando da Capital (PCC), mantendo conexões com a máfia italiana e movimentando cerca de R$ 2 bilhões no sistema financeiro brasileiro.
Entre as principais evidências reunidas contra Barille está o uso de aeronaves privadas para transportar grandes quantidades de cocaína. Em uma operação monitorada pela Polícia Federal, uma aeronave partiu de São Luís, no Maranhão, rumo a Bruxelas, na Bélgica, carregando quase uma tonelada da droga.
Mensagens interceptadas indicaram que o piloto relatou dificuldades na decolagem devido ao peso da carga.
Desde 2020, a Polícia Federal e o Ministério Público acompanham a atuação da organização criminosa, com apoio de autoridades italianas. Durante as investigações, os agentes tiveram acesso a conversas sigilosas entre os envolvidos por meio do aplicativo criptografado SKYECC, utilizado exclusivamente para comunicações protegidas.
LAVAGEM DE DINHEIRO E CONEXÕES COM OUTROS CRIMINOSOS
Barille é considerado um dos principais operadores financeiros do PCC. Segundo as autoridades, ele possuía nove empresas usadas para lavagem de dinheiro e mantinha sociedade com Edmilson de Meneses, o “Grilo”, integrante da facção que morreu em 2023.
A dupla utilizava o porto de Paranaguá, no Paraná, como ponto estratégico para envio de drogas à Europa.
Mensagens interceptadas também sugerem que Barille estava envolvido em um plano para auxiliar na fuga de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, considerado um dos principais aliados de Marcos Camacho, o “Marcola”, líder do PCC.
OPERAÇÃO POLICIAL E PRISÃO
Em dezembro de 2023, a Polícia Federal realizou uma operação com mandados de busca e apreensão em 31 endereços ligados ao investigado.
Entre os locais alvos da ação estavam uma mansão em um condomínio de luxo na Grande São Paulo e uma residência em Florianópolis. Barille permaneceu foragido por mais de um mês até se entregar à Justiça em janeiro deste ano.
A defesa do acusado nega as acusações, afirmando que ele nunca utilizou o aplicativo criptografado nem esteve envolvido com o tráfico de drogas. Enquanto aguarda julgamento, Barille segue preso e à disposição da Justiça.