BRASÍLIA, 31 de outubro de 2024 – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quarta (30), o que classificou como uma “forçação boba” em torno das pressões por cortes de gastos. Questionado sobre a pauta, Haddad afirmou que as discussões não se tratam “assim”.
Mais cedo, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, indicou a possibilidade de tratar do tema na reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), realizada na quarta. No entanto, Haddad afirmou que “não teve nada” sobre cortes durante o encontro.
O mercado financeiro pressiona a equipe econômica por novos sinais de corte de despesas. Na terça (29), Haddad declarou não ter um prazo definido para apresentar essas propostas, o que impulsionou o dólar, que na quarta-feira chegou a R$ 5,77, em meio às expectativas.
PROJEÇÃO DE CORTE
De acordo com dados do Projeções Broadcast, o mercado espera um corte de cerca de R$ 25 bilhões nas despesas, dentro das medidas de ajuste fiscal que seguem em discussão no Ministério da Fazenda.
Haddad mencionou ainda a “convergência” interna no governo quanto ao cumprimento das regras fiscais. Ele revelou alinhamento com a Casa Civil para envio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso, sem especificar os detalhes, pois o texto ainda não foi concluído.
VALORIZAÇÃO DO DÓLAR
Na terça (29), o dólar encerrou cotado a R$ 5,76, o maior valor em três anos, estando R$ 1 acima da cotação de R$ 4,76 de 21 de junho de 2023, dia da aprovação do arcabouço fiscal pelo Senado.
Na ocasião, a proposta sofreu ajustes no Senado antes de ser aprovada pela Câmara e sancionada pelo presidente Lula no fim de agosto. Desde a sanção, as metas fiscais do governo foram alteradas, com mudanças previstas a partir de 2025.
O arcabouço fiscal estabeleceu um limite para o crescimento das despesas, com a intenção de permitir superávits capazes de estabilizar a dívida pública, mas fatores internos e externos têm impactado o câmbio.