Greve

Grande São Luís amanhece sem ônibus rodando nas ruas

Compartilhe
Pendências salariais e empresários alegando atraso no repasse do subsídios prejudicam usuários do transporte público da Grande Ilha.

Os rodoviários deliberaram pela greve no sistema de transporte de São Luís nessa segunda (24) após reunião mediada pelo Ministério Público do Trabalho, com o Sindicato das Empresas (SET), o governo estadual e a Prefeitura de São Luís.

O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviarios No Estado do Maranhao (STTREMA) reivindica a assinatura do Acordo Coletivo feito no início de 2023 para que haja um reajuste salarial de 7% para a classe. Porém, o Sindicato das Empresas de Transportes (SET) alega que não tem condições de conceder o reajuste porque há débitos do governo e da Prefeitura no repasse do subsídio também acordado na mesma reunião em que foi firmado o acordo coletivo.

A Prefeitura de São Luís, portanto, já ingressou com uma ação com pedido de liminar para que a greve seja considerada ilegal, argumentando que o serviço é essencial. O pedido foi deferido, em partes.

O que dizem os rodoviários

“Não podemos concordar com esse posicionamento dos empresários. Temos um acordo firmado, que garante, entre outros pontos, a recomposição salarial dos nossos companheiros e companheiras. Sem o cumprimento efetivo da nossa Convenção Coletiva de Trabalho, não nos resta outra alternativa. Iremos sim, partir para a greve no transporte público em toda a Grande São Luís, já nas primeiras horas desta terça-feira (25)”, afirma Marcelo Brito, Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

O que diz o SET

“Foi celebrado acordo entre Município, SET e as empresas concessionárias, em 15 de fevereiro de 2023, no qual foi acordado reajuste de 7% nos salários dos rodoviários. O referido acordo teve anuência expressa do Governo do Estado e do Sindicato dos Motoristas. Infelizmente, o Município de São Luís, numa postura desarrazoada, não cumpriu o que acordou desde então.

No intuito de resolver a situação, o MPT, na data de hoje, 24 de abril, realizou audiência de conciliação na qual o Governo do Estado reconheceu o débito para com as empresas; no entanto, em sentido contrário por parte da Prefeitura, não houve nenhuma proposta para resolução do problema, permanecendo silente e inerte.

O SET lamenta essa postura dos entes públicos, mas continuará envidando todos os esforços para a regularização imediata dos serviços, conclamando o Sindicado dos Motoristas para que não paralisem os serviços, evitando transtornos para milhares de pessoas da sociedade e usuários do transporte público.”

Decisão Judicial

O desembargador da Justiça do Trabalho determinou a circulação de 70% da frota nas ruas e proibição de qualquer tipo de ato de vandalismo (quebra de veículos, obstrução de outros motoristas e cobradores de sair das garagens, por exemplo).

Caso a determinação não seja atendida, a multa diária é de R$ 50 mil dividida tanto pelo Sindicato dos Rodoviários quanto pelo SET.

O que diz a SMTT

A Prefeitura de São Luís já havia dito, por meio da Secretaria Municipalde Trânsito e Transportes, não ter qualquer parcela do subsídio em atraso, haja vista que a liberação do subsídio está condicionada a melhoria na prestação de serviços do sistema de transporte de capital. Desta forma, não foi liberado o subsídio porque não há melhorias.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) informa que o repasse de subsídio ao sistema de transporte está condicionado à melhorias no serviço, a exemplo do aumento da frota e a volta do ar-condicionado nos coletivos, o que não tem acontecido. Com isso, não há que se falar em atraso nos repasses”, diz a nota da SMTT.

Compartilhe
0 0 votos
Classificação da notícias
Inscrever-se
Notificar de
guest


0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
0
Adoraria saber sua opinião, comente.x