
BRASIL, 03 de fevereiro de 2025 – O Brasil segue aplicando vacinas contra a covid-19 que não correspondem à versão mais atualizada recomendada. O governo Lula, por meio do Ministério da Saúde, aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir doses da formulação mais recente. O contrato firmado prevê quase 60 milhões de doses.
Atualmente, os postos de saúde oferecem vacinas direcionadas à variante Ômicron XBB.1.5. Desenvolvidas no final de 2023, essas vacinas foram aprovadas no Brasil no início de 2024. Contudo, essa cepa não é mais a mais prevalente.
Em abril de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a atualização para a variante JN.1. A Anvisa seguiu essa recomendação em setembro e liberou a aplicação de vacinas adaptadas à nova cepa dois meses depois. Apenas as fabricantes Pfizer e Moderna receberam aprovação.
O Ministério da Saúde mantém um contrato com a Zalika Farmacêutica para o fornecimento da vacina Covovax, da Novavax. A versão adaptada para a JN.1 ainda não recebeu aprovação no Brasil.
Em 4 de dezembro, a Zalika enviou um pedido à Anvisa, que fez exigências técnicas no dia 12. A empresa cumpriu os requisitos no dia 23, e a expectativa é que a análise seja concluída na primeira semana de fevereiro.
A instrução normativa da Anvisa, publicada em setembro de 2023, permite que vacinas antigas sejam utilizadas por até nove meses após a aprovação de uma nova versão. Isso garante a continuidade do uso da XBB.1.5 no país.
O contrato com a Zalika prevê fornecimento até 2026. O governo Lula pode executar a aquisição conforme a demanda para evitar desperdícios. No entanto, a adesão à vacinação tem sido menor do que o esperado. Menos de 20% da população recebeu quatro doses.
Desde 2023, a imunização contra a covid-19 foi incorporada aos calendários de vacinação para crianças, idosos e gestantes. Idosos com mais de 60 anos devem receber uma dose a cada seis meses.
Gestantes devem ser vacinadas em cada gravidez. Crianças entre 6 meses e 5 anos devem seguir um esquema de duas ou três doses, conforme o fabricante.
Para grupos prioritários como indígenas, quilombolas, imunocomprometidos e trabalhadores da saúde, a vacinação segue o esquema especial do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Imunocomprometidos devem receber reforços semestrais, enquanto os demais grupos devem tomar uma dose anual.