MARANHÃO, 15 de julho de 2024 – A privatização da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA) está próxima. O governador Carlos Brandão contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para realizar a modelagem da privatização.
José Jorge, diretor institucional da Equatorial, anunciou em entrevista à rádio Mirante News que a empresa pretende entrar no negócio no Maranhão, como fez no Amapá e na privatização da SABESP em São Paulo.
A Equatorial, conhecida pelo segmento de energia, já atua no Maranhão, Piauí, Amapá, Rio Grande do Sul, Alagoas, Goiás e Pará.
Segundo José Jorge, a falta de capacidade de investimento do Estado justifica a necessidade de privatização. A expertise da Equatorial, iniciada no Amapá e consolidada em São Paulo com a SABESP, garante o interesse em participar do leilão.
“Há uma modelagem que o BNDES está fazendo. Me parece que o governador Brandão tem esse interesse de buscar oferecer um serviço de melhor qualidade, porém o Estado não tem capacidade de investimento. Então, a solução seria o quê? Privatizar. E o Governo do Estado contratou o BNDES, o BNDES fez uma modelagem e que deve ir a leilão. E, certamente, com a expertise nossa, iniciada no Amapá, e agora vai ser consolidada com o desempenho lá em São Paulo, com a Sabesp, nós, sem dúvida nenhuma, teremos o maior apetite em participar desse leilão e levar pro saneamento a qualidade no abastecimento”, afirmou.
A CAEMA atualmente opera em 140 dos 217 municípios do Maranhão e conta com 1.966 empregados.
MOTIVOS PARA A PRIVATIZAÇÃO
A decisão de privatizar a CAEMA é impulsionada pela necessidade de melhorar a qualidade dos serviços de saneamento e abastecimento de água no estado. Segundo o trabalho ‘Gestão das águas no Maranhão’, do professor e engenheiro sanitário e ambiental, Lúcio Macedo, o Estado do Maranhão possui apenas 30% de água potável em suas bacias hidrográficas.
Dados do IBGE do Censo 2022 evidenciam a deficiência de saneamento básico no Maranhão, onde apenas 18,6% da população tem acesso ao esgotamento sanitário. Inclusive, quase metade da população maranhense, correspondendo a 48,3%, ainda depende de fossas rudimentares ou buracos como meio de esgotamento sanitário.
Já o Instituto Trata Brasil (ITB) e a GO Associados divulgaram recentemente a 16ª edição do Ranking de Saneamento, destacando os 100 municípios mais populosos do Brasil. São Luís encontra-se entre as 20 piores cidades avaliadas nesse estudo.
De acordo com a pesquisa, a capital maranhense enfrenta desafios em relação ao tratamento de esgoto, pois trata apenas 20,59% do esgoto gerado.
A situação é ainda mais preocupante quando comparada com outras capitais nordestinas. São Luís fica à frente apenas de Maceió (AL) no ranking das capitais da região.
Uma resposta
Gostaria de receber informações sobre o SANEAMENTO básico do Brasil.