
BRASIL, 23 de julho de 2025 – Quatro meses após a revelação de um esquema bilionário de descontos ilegais em benefícios do INSS, nenhum indiciamento foi formalizado. A Operação Sem Descontos, deflagrada em abril pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, apura fraudes que desviaram R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024.
Associações e sindicatos cadastravam segurados do INSS como associados sem autorização, descontando valores diretamente dos benefícios.
O escândalo levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além de três dirigentes e do procurador-geral do órgão. Um agente da PF e o empresário Antônio Carlos Antunes, conhecido como “careca do INSS”, também são investigados.
O Ministério da Previdência iniciou nesta quinta (24) os pagamentos de ressarcimento aos atingidos. Até 21 de julho, 839 mil beneficiários (40,4% dos elegíveis) aderiram ao acordo. Os valores, corrigidos pelo IPCA, são depositados na mesma conta do benefício. A adesão permanece aberta via aplicativo Meu INSS ou nas agências dos Correios.
A oposição tenta instalar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso, mas o processo perdeu força após o STF impor medidas restritivas a Jair Bolsonaro. O senador Omar Aziz (PSD-AM) deve presidir o colegiado, enquanto a relatoria pode ficar com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG).







