
BRASIL, 03 de julho de 2025 – As principais facções criminosas do Brasil, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), obtiveram mais lucro com negócios legais do que com o tráfico de drogas em 2022.
Segundo o estudo “Rastreamento de Produtos e Enfrentamento ao Crime Organizado no Brasil”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, essas organizações movimentaram R$ 146,8 bilhões com a venda de combustíveis, ouro, cigarros e bebidas alcoólicas. No mesmo período, o tráfico de cocaína rendeu R$ 15 bilhões.
Além desses setores, as facções também atuam em pelo menos 18 outras atividades econômicas, incluindo postos de gasolina, imóveis, mineração e até igrejas. No entanto, os crimes cibernéticos e roubos de celulares se tornaram a principal fonte de renda, com movimentação estimada em R$ 186 bilhões.
O estudo alerta que a infiltração no mercado formal gera evasão fiscal e concorrência desleal.
O setor de combustíveis foi o mais rentável, com R$ 61,5 bilhões, abrangendo desde a produção até a distribuição em postos. Em seguida, vieram as bebidas alcoólicas (R$ 56,9 bilhões), o ouro (R$ 18,2 bilhões) e os cigarros (R$ 10,3 bilhões).
De acordo com o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, o PCC hoje administra empresas reais, não apenas de fachada, misturando lucros legais com dinheiro do tráfico.