BRASÍLIA, 30 de outubro de 2023 – Demitido no último dia 11 de um cargo comissionado da Câmara dos Deputados por zombar de uma mulher israelense sequestrada pelos terroristas palestinos, o militante do PCdoB Sayid Marcos Tenório construiu uma longa e discreta atuação no Congresso a favor dos interesses do Irã e do Hezbollah, grupo paramilitar criado no Líbano e financiado pelo regime xiita de Teerã, através de uma rede de contatos controversa.
Nos últimos 13 anos, ele ocupou diversos cargos na Câmara e no governo federal. Ao longo da década passada, assessorou pelo menos seis parlamentares, cinco dos quais filiados ao PCdoB, e também exerceu cargos no Palácio do Planalto e no Ministério dos Esportes no Governo Dilma Rousseff.
Neste período, Tenório facilitou o acesso de autoridades do Irã ao Congresso brasileiro e promoveu encontros entre políticos e lideranças ligadas ao Hezbollah, com quem manteve relações próximas.
Ele, no entanto, nega ter feito lobby a partir dos cargos que ocupou e diz não ter recebido valores ou vantagens pela aproximação entre os países. Tenório, que é muçulmano xiita, diz que promoveu encontros com altas lideranças do Irã em razão de sua fé.
Até o último dia 11, Sayid Tenório, que também é historiador, ocupava um cargo na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara por indicação do deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA).
Mas foi demitido depois comentar a postagem de um perfil no Twitter que reproduziu o vídeo de uma mulher sequestrada pelo terroristas palestinos durante os ataques terroristas e levantou a hipótese de estupro.
“Isso é marca de merda. [Ela] Se achou nas calças”, respondeu, debochando da mancha escura que a mulher trazia na roupa.