MARANHÃO, 06 de junho de 2024 – O desmatamento intenso no Cerrado pode desencadear uma crise hídrica no estado do Maranhão. Dados da plataforma MapBiomas revelam que, nos últimos cinco anos, o Cerrado sofreu o maior desmatamento da história, superando inclusive a Amazônia.
Segundo o professor Marcelino Filho, a expansão agrícola no Cerrado, impulsionada pelo cultivo de grãos, tem levado ao uso intensivo de máquinas agrícolas. Esse processo resulta no desmatamento e na diminuição do volume dos rios, ameaçando a extinção de mananciais maranhenses.
“Os riscos são inúmeros, especialmente a perda de rios e mananciais, a modificação severa do ecossistema e a potencial crise hídrica para diferentes usos, incluindo o urbano”, afirmou o professor.
A utilização de maquinário pesado e insumos agrícolas contribui para a compactação e contaminação dos solos, reduzindo a capacidade de infiltração de água e diminuindo significativamente o volume hídrico dos rios.
Além disso, o uso intensivo de irrigação durante períodos secos e a captação de água de rios de pequeno porte e nascentes agravam ainda mais a situação, conforme apontado pelo professor em entrevista ao Difusora News.
As áreas mais desmatadas do Cerrado estão na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Segundo o Governo Federal, 47% do desmatamento na região tem autorização dos estados, sendo que, no Maranhão, essa taxa é de 34%. Em março, uma reunião do Governo Federal propôs um pacto com governadores para combater o desmatamento no Cerrado.
Durante a reunião, o secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, criticou a gestão anterior pela desarticulação do Cadastro Ambiental Rural.
O governador Carlos Brandão e outros cinco governadores participaram do encontro em Brasília.