MARANHÃO, 10 de agosto de 2024 – O Maranhão registrou um aumento de 31% no desmatamento do Cerrado entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados divulgados na última quarta(7/8) pelo sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Esse crescimento foi a segunda maior alta proporcional no período, colocando o estado entre as áreas mais afetadas pela devastação do bioma.
Os estados que compõem a região Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) concentraram 75% das áreas sob alerta de desmatamento no Cerrado. Entre eles, apenas a Bahia registrou uma queda de 52,4% no desmatamento.
Em contraste, houve um aumento de 58,6% no Tocantins, 31% no Maranhão e 14,7% no Piauí. Em todo o bioma Cerrado, o desmatamento subiu 10,6% durante o período.
Nos últimos quatro meses analisados, de abril a julho de 2024, houve uma reversão na tendência de aumento, com uma queda de 24,8% na área sob alerta de desmatamento em comparação com o mesmo período de 2023.
Em julho, foram registrados 444 km² de desmatamento, uma redução de 26,7% em relação ao ano anterior.
O lançamento do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado (PPCerrado), em novembro, pode ter influenciado essa diminuição recente.
No entanto, o desmatamento acumulado em 53 municípios, que representam apenas 4% do total do bioma, concentraram metade dos alertas durante o período.
ALERTA DO INPE PARA A DEVASTAÇÃO
Os dados do Deter indicam uma tendência da taxa anual de desmatamento, que é mensurada entre agosto e julho pelo sistema Prodes, também do INPE.
O Prodes utiliza imagens de satélites mais precisas que o Deter, que emite alertas diários para apoiar a fiscalização em campo realizada pelo Ibama e pelo Instituto Chico Mendes.
Nos últimos 12 meses, cinco dos nove estados da Amazônia Legal apresentaram queda no desmatamento, incluindo Rondônia (-63%), Amazonas (-58%), Acre (-54%), Mato Grosso (-52%) e Pará (-47,7%).