
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) comparou o novo arcabouço fiscal apresentado por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, com um “pacto demoníaco” descrito no livro Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
O parlamentar é contra a proposta do seu colega de partido, pois entende que esta tentativa de conter gastos não leva em consideração o cenário atual do país que registra um baixo crescimento. O petista também teme que a decisão eleve o número de desemprego e derrube a popularidade do presidente.
“Eu me lembro do “Grande Sertão: Veredas”, em que Riobaldo tenta vender a alma ao diabo e o diabo nem responde. É mais ou menos o que está acontecendo com o arcabouço […] Algumas pessoas podem estar achando que essa coisa não está tão ruim. Para mim é muito ruim”, disse Lindbergh em entrevista à Folha de São Paulo.
Na oportunidade, Haddad respondeu a falado colega e alegou que seu projeto de déficit primário zero para o ano que vem.
“Não fiz pacto nem com A nem com B. O que eu fiz foi fechar uma equipe técnica de altíssima qualidade, definir um desenho, levar esse desenho para pessoas tão diferentes quanto Esther Dweck [Gestão] e Simone Tebet [Planejamento], que pensam muito diferente, e falar com Ministério do Desenvolvimento, Casa Civil, presidente da República”, declarou.
Com a repercussão negativa da fala, Lindbergh Farias voltou atrás e disse que se tratava do mercado, não ao seu colega de partido, querendo se referir precisamente ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.