
BRASÍLIA, 27 de março de 2025 – O ex-senador Delcídio do Amaral, ex-filiado ao PT e líder do governo Dilma Rousseff no Senado, busca indenização do governo federal por sua condenação na Operação Lava Jato. Em novembro de 2015, a Polícia Federal o prendeu por suposta tentativa de obstrução das investigações.
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a prisão por meio do ministro Teori Zavascki. Após 80 dias detido, o Senado cassou seu mandato com 74 votos a favor, nenhuma oposição e uma abstenção. Em setembro de 2024, a 2ª Turma do STF suspendeu o pagamento de uma multa de R$ 1,5 milhão, e Delcídio foi absolvido.
Delcídio afirmou que sofreu durante oito anos e que foi inocentado em 15 minutos. Ele destacou que, se conseguir a indenização, o valor será para “compensar com alegria” os danos sofridos. O ex-senador negou que o dinheiro seria usado para adquirir imóveis.
Em entrevista ao UOL, Delcídio afirmou não se arrepender das acusações feitas contra Dilma Rousseff. Ele também revelou estar escrevendo um livro sobre seu período como líder do governo no Senado e sua participação na CPI dos Correios, em 2005, no escândalo do Mensalão.
O ex-petista afirmou ter sido abandonado pelo partido durante o processo. “Fui largado na banguela. Jogaram-me aos leões”, declarou. Em seu livro, ele vai defender a tese de que um grupo minoritário do PT, formado por José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercadante, tentou assumir o controle do partido durante o governo Dilma.
Antes de se tornar líder do governo no Senado em 2015, Delcídio atuou em várias frentes políticas. Ele foi ministro de Minas e Energia na gestão do ex-presidente Itamar Franco.
Atualmente, aos 70 anos, busca reparar os danos que diz ter sofrido.