
MARANHÃO, 14 de maio de 2025 – Liz Vitória, criança de três anos de idade, já conhece de perto os entraves da burocracia pública brasileira.
Internada desde 30 de abril na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vinhais, em São Luís, com um quadro grave de broncopneumonia, a criança ainda aguarda transferência para um hospital de alta complexidade. Um detalhe: há quase duas semanas a Justiça determinou que isso fosse feito “imediatamente”.
Liz não está apenas com broncopneumonia. Ela também foi diagnosticada com paralisia cerebral, epilepsia e hidrocefalia. Seu estado de saúde é grave, com sinais de desidratação e dificuldade para respirar.
A Vara de Família do Maranhão reconheceu a urgência e expediu uma liminar ordenando a transferência da criança para qualquer hospital público ou privado com capacidade de atendimento. Mas o tempo — esse recurso que o governo parece ter de sobra — segue passando.
A decisão judicial, em vigor desde o domingo anterior, estipula multa diária de R$ 2 mil em caso de descumprimento. Ainda assim, o Governo do Maranhão tem se mostrado resistente à celeridade que a situação exige. A resposta que a família recebeu até agora partiu da própria UPA: não há leito disponível em unidade de alta complexidade.
“estamos diante de uma omissão grave do estado, em relação a este caso da pequena Liz que, inclusive, está correndo risco de vida. Um direito tão protegido pela Constituição Federal, que é o direito à vida”, afirmou a advogada Keilla Verás, que representa a família.
Enquanto isso, a angústia cresce. A família, sem saber a quem mais apelar, aguarda o momento em que o Estado — e seus trâmites — reconheçam que a vida de uma criança talvez mereça um pouco mais de urgência.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que os “procedimentos para a transferência já estão sendo realizados” e que Liz será levada ao Hospital da Ilha. No entanto, a pasta não informou a data.
O futuro da pequena Liz, ao que parece, ainda depende da disponibilidade da agenda estatal.