BRASIL, 03 de dezembro de 2024 – Os Correios enfrentam o maior prejuízo de sua história no período de janeiro a setembro, somando R$ 2 bilhões, segundo dados divulgados pela estatal. O montante já supera quase integralmente o deficit de R$ 2,1 bilhões registrado em 2015.
Em resposta à grave crise financeira, a empresa decretou um teto de gastos de R$ 21,96 bilhões e implementou medidas emergenciais de contingenciamento.
Entre as ações anunciadas estão a suspensão de contratações de terceirizados por 120 dias, a renegociação de contratos com redução mínima de 10% nos valores e a restrição de renovações contratuais apenas quando houver economia comprovada. Mesmo com essas iniciativas, os Correios projetam encerrar 2024 com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão.
Além disso, a estatal revisou sua estimativa de receitas para o ano de R$ 22,7 bilhões para R$ 20,1 bilhões, citando frustração de arrecadação. A justificativa inclui impactos atribuídos à “herança contábil” da gestão anterior, de 2019 a 2022, e à queda nas encomendas internacionais causada pela chamada “taxa das blusinhas”.
DÍVIDAS E GESTÃO FINANCEIRA
A situação financeira dos Correios piorou com a decisão de assumir R$ 7,6 bilhões em dívidas do plano de aposentadoria Postalis, além de desistências em ações trabalhistas que somaram R$ 1 bilhão. O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga a desistência de recursos judiciais envolvendo altos valores.
Apesar do rombo, a estatal anunciou um concurso público para 3.511 vagas, com salários que variam entre R$ 2.429 e R$ 6.872. A direção dos Correios afirma que as provas serão mantidas e que não há previsão de demissões ou rompimento de contratos.