
BRASIL, 04 de abril de 2025 – Os Correios registraram uma queda de receita de R$ 2,2 bilhões em 2024, atribuída à implementação da chamada “taxa das blusinhas”, que impôs novos tributos sobre importações de até US$ 50.
A medida, aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula, visava aumentar a arrecadação federal e equilibrar a competitividade entre produtos nacionais e importados.
Antes da mudança, os Correios projetavam arrecadar R$ 5,9 bilhões com o transporte de mercadorias da China. No entanto, o valor efetivo foi de R$ 3,7 bilhões, refletindo a migração de cargas para canais próprios de empresas como Shein, Aliexpress e Amazon.
Com a nova legislação, a participação de mercado da estatal caiu de 98% para cerca de 30%.
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos Oliveira, afirmou que a frustração na expectativa de receita impactou diretamente o desempenho financeiro da estatal. Para reduzir as perdas, a empresa firmou uma parceria para lançar um marketplace próprio, buscando diversificar suas fontes de receita.
Em 2024, a estatal registrou um déficit de R$ 3,2 bilhões, representando metade do déficit total das 20 estatais federais, sem considerar Petrobras e Banco do Brasil.
Apesar do prejuízo dos Correios, o governo federal comemorou o recorde histórico de arrecadação, que atingiu R$ 2,8 bilhões no ano. Varejistas nacionais apoiaram a medida, alegando que ela trouxe maior equilíbrio à concorrência entre produtos nacionais e importados.
Entretanto, o número de encomendas internacionais feitas por brasileiros caiu 11% em relação a 2023. A nova legislação impôs alíquota federal de 20% sobre compras de até US$ 50 e até 60% para valores superiores, além da cobrança do ICMS estadual.