
BRASÍLIA, 04 de junho de 2025 – Os Correios decidiram suspender um processo de licitação aberto na véspera, que previa a aquisição de quatro veículos de alto padrão para uso da diretoria da estatal.
A proposta incluía a compra de um SUV para o presidente da empresa, Fabiano Silva, e três sedans destinados aos diretores. O contrato teria duração prevista de 30 meses.
A justificativa para a suspensão, segundo nota oficial, seria a necessidade de alinhar a licitação às medidas de contenção de despesas e racionalização de recursos anunciadas pela empresa. De acordo com o comunicado, o edital será reavaliado pela gestão.
“A atual gestão dos Correios está comprometida com a sustentabilidade econômico-financeira da empresa e, nesse sentido, optou por revisar este processo de contratação, mesmo que o atual contrato de fornecimento de veículos esteja previsto para expirar em 7 de junho e que uma nova licitação fosse necessária”, afirmou a estatal.
A licitação, no entanto, chamava atenção não apenas pelo momento em que foi proposta, mas pelo perfil dos veículos solicitados.
Em meio a uma crise financeira que levou os Correios a registrar um prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024, a busca por SUVs e sedans executivos parecia uma escolha curiosa para uma empresa que anunciou, no mês passado, um pacote de medidas para conter gastos.
CONTENÇÃO COM CONFORTO
Em 12 de maio, a própria estatal havia comunicado ações voltadas à contenção da crise financeira escancarada nos balanços do ano. Apesar disso, os planos de adquirir carros com ar-condicionado automático, bancos de couro e central multimídia seguiram adiante — por pelo menos 24 horas.
Embora o processo tenha sido rapidamente retirado de circulação, a iniciativa ilustra o esforço dos Correios em equilibrar, ao mesmo tempo, rigor orçamentário e certo padrão de conforto para sua cúpula.
Ao menos por enquanto, parece que a conta não fechou.