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BRASIL, 15 de janeiro de 2025 – O crime organizado no Brasil está lucrando mais com atividades ilegais em setores formais, como combustíveis, ouro, cigarros e bebidas, do que com o tráfico de cocaína. É o que revela um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na quinta (13).
Em 2022, essas atividades renderam cerca de R$ 150 bilhões, enquanto o tráfico de cocaína gerou aproximadamente R$ 15 bilhões. O levantamento é o primeiro a quantificar o impacto econômico e fiscal dessas práticas criminosas.
A expansão do crime organizado para além do tráfico de drogas já era observada pelas autoridades. Grupos criminosos atuam desde a mineração ilegal de ouro na Amazônia até operações em empresas do mercado financeiro em São Paulo.
O objetivo é diversificar as fontes de renda e ampliar a influência. Além disso, crimes cibernéticos e roubos de celulares contribuíram para um lucro total de R$ 185 bilhões em 2022.
A entrada do crime organizado em setores formais reflete uma evolução sofisticada de suas operações. Criminosos são atraídos pela alta demanda social por produtos como ouro, bebidas, cigarros e combustíveis, além de penas mais leves associadas a crimes como contrabando, fraude e sonegação fiscal.
Esses mercados oferecem brechas regulatórias que facilitam a lavagem de dinheiro e a ocultação de ganhos ilegais.
Segundo Nívio Nascimento, um dos autores do estudo, o tráfico de cocaína, maconha e armas continua relevante, mas perde espaço para atividades mais lucrativas e menos arriscadas.