
MARANHÃO, 13 de outubro de 2025 – Os diagnósticos de câncer em adultos de 18 a 50 anos aumentaram 284% no Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2013 e 2024. Os registros saltaram de 45,5 mil para 174,9 mil no período, com os tumores de mama, colorretal e fígado como os mais frequentes.
Especialistas atribuem o crescimento principalmente a fatores de estilo de vida, como alimentação industrializada, sedentarismo e obesidade. Cerca de 75% dos pacientes jovens utilizam exclusivamente a rede pública para tratamento.
O câncer colorretal, por exemplo, registrou um aumento de 160% no mesmo período. De acordo com o oncologista Samuel Aguiar, do A.C.Camargo Cancer Center, mais de 90% desses casos têm relação direta com hábitos alimentares, sedentarismo e obesidade.
Por isso, jovens expostos a dietas pobres em fibras e com baixa atividade física tornam-se mais vulneráveis. Além disso, a baixa adesão a exames de rastreamento como a colonoscopia antes dos 50 anos dificulta o diagnóstico precoce.
A médica Sumara Abdo, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), defende a ampliação dos programas de prevenção para além da faixa etária tradicional acima de 50 anos. Ela ressalta a necessidade de considerar histórico familiar, obesidade e sintomas persistentes em pessoas mais jovens.
Consequentemente, especialistas recomendam a adoção de uma dieta rica em fibras, a prática regular de atividade física e a realização de exames conforme orientação médica para reduzir os riscos.
A oncologista Isabella Drummond aponta a demora entre o diagnóstico e o início do tratamento no SUS como um obstáculo crítico. Muitos pacientes não começam o tratamento dentro do prazo de 60 dias previsto em lei.
Além disso, terapias modernas e testes genéticos permanecem majoritariamente restritos à rede privada de saúde. Dessa forma, o sistema público enfrenta o desafio de adaptar-se ao novo perfil de pacientes com a doença.







