
BRASIL, 14 de julho de 2025 – Ataques verbais, agressões físicas e discursos de ódio contra judeus têm se tornado cada vez mais comuns no Brasil desde o conflito entre Israel e Hamas em outubro de 2023.
De acordo com a Confederação Israelita do Brasil (Conib), o país registrou um aumento de 1.000% nos casos de antissemitismo no primeiro mês da guerra, comparado ao mesmo período de 2022. Em 2024, foram contabilizadas 1.788 denúncias, um crescimento de 350% em relação a 2022.
Em São Paulo, um jovem judeu relatou ter sido ameaçado por manifestantes pró-Palestina na Avenida Paulista em novembro de 2024. No Rio Grande do Sul, a Federação Israelita local foi alvo de protestos com cartazes exaltando o Hamas e gritos de “do rio ao mar, Palestina livre”.
Segundo Daniela Russowsky Raad, presidente da entidade, tais atos negam o direito de existência de Israel e ecoam discursos de ódio históricos.
Ambientes acadêmicos também têm sido palco de hostilidades. Estudantes judeus denunciam assédio moral, enquanto grupos promovem eventos em apoio a organizações consideradas terroristas, como Hamas e Hezbollah.
O rabino Gilberto Ventura, da Sinagoga Sem Fronteiras, afirma que influenciadores e políticos, incluindo o presidente Lula, contribuíram para o aumento da intolerância ao compararem ações israelenses ao Holocausto.
A Conib monitora os casos e busca diálogo com autoridades para fortalecer valores democráticos. Enquanto isso, jovens judeus, como o estudante paulista João, decidem não esconder sua identidade, enfrentando o preconceito.
“Não quero fazer parte da geração que tem que se esconder novamente […] Estou pronto para lutar pela sobrevivência do meu povo”, declarou.