BRASIL, 11 de janeiro de 2025 – O Brasil alcançou a 107ª posição no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) 2024, divulgado pela Transparência Internacional. O Brasil está empatado com Nepal, Argélia, Malauí, Níger, Tailândia e Turquia, registrando seu pior desempenho desde o início da série histórica, em 2012.
A falta de posicionamento do presidente Lula (PT) sobre pautas anticorrupção influenciou negativamente o resultado. A permanência do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, mesmo após indiciamento pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa, também contribuiu para a queda.
O relatório cita a retomada da influência de empresários envolvidos em práticas irregulares. Em maio, os irmãos Joesley e Wesley Batista, do Grupo J&F, participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com a presença do presidente Lula.
Além disso, decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anularam sanções de acordos de leniência, beneficiando a empreiteira Novonor (antiga Odebrecht), que deixou de pagar R$ 8,5 bilhões, e o Grupo J&F, que teve uma multa de R$ 10,3 bilhões cancelada.
A Transparência Internacional destacou conflitos de interesse recorrentes envolvendo magistrados. Há referências a julgamentos que beneficiaram escritórios de advogados com laços familiares e a práticas de lobby judicial.
Em 2023, investigações revelaram a atuação de lobistas e advogados em tribunais superiores para influenciar decisões, levantando suspeitas sobre ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A continuação da distribuição de recursos por meio de emendas parlamentares sem transparência também foi criticada, mesmo após o STF declarar essa prática inconstitucional.
Por outro lado, avanços foram reconhecidos, como a proibição de emendas secretas pelo STF, o lançamento do Plano de Integridade e Combate à Corrupção pela Controladoria-Geral da União (CGU) e o fortalecimento da fiscalização ambiental.