
BRASIL, 15 de janeiro de 2025 – O Brasil registrou, em 2024, o maior número de pedidos de recuperação judicial desde o início da série histórica, em 2005. Até outubro, foram protocoladas 1.927 solicitações, superando o recorde anterior de 1.863 pedidos em 2016.
A expectativa é de que o número ultrapasse 2,2 mil até o final do ano. Os dados consolidados serão divulgados pelo Serasa nas próximas semanas.
Segundo Filipe Denki, especialista em reestruturação empresarial e sócio do Lara Martins Advogados, o aumento reflete fatores como altas taxas de juros, inadimplência crescente e inflação persistente.
Ele também destacou a infraestrutura precária e o crescimento expressivo de pedidos no setor do agronegócio, especialmente entre produtores rurais de regime de pessoa física.
PERSPECTIVAS PARA 2025
Denki aponta que o cenário econômico para 2025 será desafiador para o Brasil. A inflação acima da meta de 3%, a possível alta da taxa Selic, projetada para atingir 15%, e o crescimento econômico modesto de 2%, segundo o Banco Central, são elementos que dificultam a recuperação.
Além disso, o especialista ressalta o impacto do desequilíbrio fiscal. “Os gastos públicos seguem crescendo acima das receitas, e a eficácia do novo arcabouço fiscal será fundamental para a sustentabilidade das contas públicas”, afirma.
SETOR EMPRESARIAL EM ALERTA
Com a continuidade de um ambiente econômico desfavorável, setores como aviação, agro, varejo e sucroalcooleiro enfrentam maior vulnerabilidade financeira. Denki afirma que o aumento do dólar tem elevado os custos e dificultado o repasse aos consumidores, agravando a situação dessas áreas.
Diante desse cenário, empresas de diversos segmentos devem adotar estratégias de reestruturação, como recuperação extrajudicial, para mitigar os impactos econômicos e enfrentar as adversidades previstas para 2025.