FRACASSO GLOBAL

Brasil fica isolado em negociações comerciais com os EUA

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Brasil Brics
Enquanto países do Brics avançam em acordos bilaterais, Brasil segue sem resposta dos Estados Unidos mesmo após proposta formal enviada em maio deste ano.

BRASIL, 21 de julho de 2025 – O Brasil permanece sem avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos, diferentemente de outros países, inclusive membros do Brics.

A Indonésia, Índia, Vietnã e até a China conseguiram progressos recentes com o governo norte-americano, liderado por Donald Trump. O Brasil, porém, ainda aguarda resposta a uma proposta oficial enviada em 16 de maio.

O presidente Lula afirmou à CNN Internacional que o vice-presidente Geraldo Alckmin e o chanceler Mauro Vieira participaram de mais de dez reuniões com representantes dos EUA. No entanto, até o momento, o governo norte-americano não respondeu formalmente à proposta brasileira.

A Indonésia, na última terça (15), firmou acordo com os Estados Unidos que reduziu tarifas de 32% para 19% sobre seus produtos. O país asiático também se comprometeu a comprar US$ 15 bilhões em energia, US$ 4,5 bilhões em produtos agrícolas e 50 aviões da Boeing, além de eliminar tarifas sobre exportações americanas.

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Outros países do Sudeste Asiático conseguiram negociações semelhantes, embora com tarifas ainda elevadas: Vietnã (20%), Filipinas (21%), Malásia (25%), Tailândia e Camboja (36%). A Indonésia foi a que obteve a menor taxa tarifária entre os acordos firmados.

A Índia também avançou nas tratativas com os EUA. O país já realizou cinco rodadas de negociações presenciais em Washington e discute um acordo provisório com redução tarifária mútua. O presidente Trump mencionou publicamente o progresso dessas negociações.

A China, mesmo em clima de tensão estratégica com os EUA, conseguiu um acordo preliminar em 12 de maio. As sobretaxas norte-americanas caíram de 145% para 30% e as chinesas, de 125% para 10%. A disputa, que envolvia exportações de minérios e chips, começou em abril e teve resolução parcial no mês seguinte.

NEGOCIAÇÕES COM ALIADOS HISTÓRICOS

No Japão, as conversas enfrentam obstáculos devido às eleições legislativas. A resistência japonesa está ligada a restrições em setores sensíveis como o automotivo e o agrícola. Apesar disso, os ministros do Comércio seguem em contato e o primeiro-ministro Shigeru Ishiba busca se reunir com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, até 1º de agosto.

A Coreia do Sul também iniciou negociações logo após a imposição de tarifas em abril. Mesmo enfrentando um processo de impeachment presidencial, o país asiático discute abertura de mercado agrícola, cooperação industrial e medidas para conter a China. Um acordo preliminar pode ser anunciado até agosto.

ARGENTINA E MÉXICO TAMBÉM NEGOCIAM

A Argentina negocia um acordo que prevê tarifa zero para até 80% dos produtos comercializados com os EUA. O país sul-americano foi incluído na tarifa de 10% sobre superávits comerciais, mesma situação do Brasil. O secretário Scott Bessent visitou Buenos Aires em abril para tratar do tema.

México e Estados Unidos também discutem tarifas de até 30% sobre produtos não abrangidos pelo USMCA, além da tarifa de 25% sobre aço. As negociações visam evitar as penalidades até o prazo final estipulado em 1º de agosto.

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