SÃO LUÍS, 8 de setembro de 2024 – Passada a vitória esmagadora de Eduardo Braide (PSD) nas eleições do dia 6, a Câmara de Vereadores inicia as discussões sobre a eleição que deve definir a configuração da nova mesa diretora. Atual presidente, Paulo Victor (PSB), articula a reeleição. Pelo desempenho desastroso de sua gestão, não é custoso entender por que Braide deve ser o maior interessado na continuidade do ambiente que lhe foi tão propício.
Como presidente da Câmara, Paulo Victor acumula fracassos. Falhou em fazer oposição a Braide, afundou a candidatura de oito de seus aliados aos cargos, fracassou no suporte à candidatura de Duarte Jr, comandou a pior fase da Câmara em toda sua história, acumulou desafetos, envolveu-se em escândalos de corrupção, não conseguiu defender a imagem do Governo Carlos Brandão na capital e não conseguiu ser o “espocador de urnas” das eleições.
A verdade incontestável é que Braide venceu absolutamente todos os embates contra Paulo Victor. Nenhuma das vitórias foi simples ou apertada. Sempre que tentou confrontar o prefeito, Paulo Victor acabou o confronto humilhado.
A certeza de um adversário fraco, em determinadas ocasiões, é mais bem-vinda do que a incerteza de caminhos ainda não trilhados.
Braide foi o primeiro prefeito de São Luís a dar de ombros à Câmara de Vereadores e tripudiar do presidente do Legislativo. Resultado? Ele foi um dos prefeitos mais votados da história e seu mandato foi tranquilo, sem ser afetado por sua audácia.
Neste aspecto, a reeleição de Paulo Victor não deixa de ser uma boa notícia para o prefeito que começa a olhar para o lado esquerdo da Prefeitura e preparar o plano para sair do Palácio de La Ravardiere e levar suas coisas para o Palácio dos leões.
Neste percurso difícil, a facilidade de ter Paulo Victor como presidente da Câmara seria algo até desejável.
A reeleição interessa a Paulo Victor e Braide. Mas, quem então perderia com sua reeleição? Resposta simples: o governador Carlos Brandão (PSB) e seu grupo.
O avanço de Braide, que mal terminou a eleição e já anunciou 100 obras ainda até o fim de 2024, deveria ser observado com mais atenção pelos governistas. Deixar Braide solto (aos cuidados de Paulo Victor) foi um erro. Manter o erro é mais errado ainda.
Caso tenha pretensões de fazer o sucessor em 2024 e não correr riscos, é imperativo criar trincheiras em São Luís. E, decerto, ter Paulo Victor como general destas trincheiras é garantir a Braide 80% nas eleições de 2026 na Ilha e correr o risco de ver essa popularidade “viralizar” pelo estado e atrapalhar planos.
Até mesmo a eleição de Duarte Jr (PSB), candidato do governo, foi atrapalhada por Paulo Victor. Caso o governo tivesse abraçado a candidatura do deputado logo e não se deixasse levar pela indecisão, como aconteceu em 2020, quem sabe o desempenho teria sido melhor.
A recondução de Paulo Victor a um cargo tão estratégico é um erro do governo e uma vitória de Braide. Quem duvidar, que pergunte a Pavão Filho, Álvaro Pires, Ribeiro Neto, Silvana Noely, Professor Sá Marques, Marcial Lima e Umbelino Júnior (todos os vereadores que perderam os mandatos por seguirem Paulo Victor e entrarem na chapa da morte) os méritos dele, enquanto líder e articulador.
