FALTA DE INVESTIMENTO

Asfalto brasileiro é o segundo pior do planeta Terra

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Pesquisa aponta que problemas vão além da qualidade do material, envolvendo falta de manutenção e investimento inadequado.

BRASIL, 14 de maio de 2024Uma recente pesquisa revelou que o asfalto brasileiro é o segundo pior do mundo. No entanto, os problemas não se restringem à qualidade do material, mas incluem uma série de fatores como manutenção insuficiente e investimentos inadequados.

De acordo com Diego Ciufici, superintendente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfaltos (Abeda), a má qualidade do asfalto brasileiro não é devido ao material em si.

Em entrevista ao Jornal da USP, Ciufici esclareceu que o desgaste e a falta de manutenção são os principais culpados pelo estado deplorável das vias.

Principais Fatores Contribuintes:

  • Alta Demanda e Saturação: No Brasil, 75% da produção nacional é transportada por vias rodoviárias. Isso sobrecarrega a infraestrutura, que não recebe investimentos suficientes para suportar a demanda crescente.
  • Composição do Pavimento: O asfalto representa apenas uma pequena parte dos materiais utilizados na pavimentação, funcionando como um ligante. Sem uma base sólida e bem construída, as vias rapidamente se deterioram.
  • Problemas Estruturais e Climáticos: Segundo Kamilla Vasconcelos Savasini, coordenadora do Laboratório de Tecnologia de Pavimentação da Escola Politécnica da USP, muitos buracos são resultado de problemas estruturais no projeto e de condições climáticas imprevistas, como calor extremo e chuvas intensas.

Os especialistas concordam que o problema não está na qualidade do asfalto. Savasini destacou que o produto é fruto de uma parceria entre indústria e pesquisadores, sempre em busca de melhorias. O verdadeiro problema reside na implementação.

Dificuldades técnicas, operacionais e econômicas impedem a aplicação eficaz das técnicas sustentáveis nos pavimentos.

A manutenção regular e os investimentos contínuos são essenciais para a boa qualidade das vias. Savasini reforça que políticas públicas que garantam esses investimentos são fundamentais.

Ciufici acrescenta que é necessário um planejamento adequado e uma alocação eficiente do orçamento, não apenas medidas paliativas para tapar buracos.

Em resposta às críticas, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que monitora regularmente as estradas utilizando o Índice de Condição da Manutenção (ICM). No ano passado, 65,4% dos 61 mil km de vias foram avaliadas como “Boas” de acordo com o ICM.

Contudo, especialistas afirmam que esses índices não refletem a realidade enfrentada pelos motoristas no dia a dia.

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