
BRASIL, 03 de julho de 2025 – Com falas controversas fora do país, gafes, posturas polêmicas em temas sensíveis e crescente desprestígio em eventos com líderes globais, inclusive os organizados pelo Brasil, o presidente Lula (PT) viu seu sonho de protagonismo na cena externa afundar antes do fim do mandato.
Esse retrato de decadência e isolamento foi resumido por reportagem da revista britânica The Economist, apontando que o Brasil, outrora símbolo de projeção dentre os países emergentes, se tornou irrelevante em debates geopolíticos centrais e está cada vez mais desalinhado do Ocidente.
O texto destaca a incoerência da política externa brasileira, com notório distanciamento dos Estados Unidos e aproximação crescente de regimes autoritários, como China, Irã e Rússia. A crítica maior vem ao citar nota do Itamaraty que condenou ataques americanos a alvos nucleares iranianos.
A vinda de delegação iraniana à cúpula do Brics, que inicia no domingo (6), no Rio de Janeiro, é vista pela revista como prova de antagonismo com os EUA. O Brasil transparece como refém das agendas de China e Rússia, cujos líderes autocráticos, Vladimir Putin e Xi Jinping, não comparecerão ao encontro.
Putin está impedido de vir, pois pode ser preso. Xi Jinping pode ter ficado desconfortável com o governo brasileiro desde a visita de Lula a Pequim, marcada por situações desconcertantes envolvendo a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.
Em maio, na China, Janja teria reclamado, diretamente a Xi Jinping, que o algoritmo da plataforma chinesa favorece conteúdos da direita no Brasil. O líder chinês teria respondido que o Brasil tem o direito de regular ou banir o TikTok.
A fala da primeira-dama sobre o TikTok teria causado constrangimento durante a reunião do presidente brasileiro com o ditador chinês. Com a repercussão negativa do incidente, Janja alegou ter sido “vítima de machismo”.
Recep Erdogan, da Turquia, e Claudia Sheinbaum, do México, também não virão ao Rio, mas irão enviar representantes. Outra ausência no evento será a do ditador do Egito, general Abdel Fattah al-Sisi.