
MARANHÃO, 29 de dezembro de 2025 – Em setembro de 2025, o investigador condenado Kassamio Leal Paraíba, da Polícia Civil do Maranhão, recebeu sentença de 17 anos, 3 meses e 27 dias de prisão, em regime fechado, por três roubos e uma extorsão, em Timon. Apesar da decisão judicial, ele não iniciou o cumprimento da pena e continuou recebendo salários do Estado.
A condenação foi proferida pela 1ª Vara Criminal de Timon, sob responsabilidade do juiz Rogério Monteles da Costa. Após a sentença, o investigador condenado recorreu à segunda instância, onde o recurso ainda aguarda julgamento definitivo, mantendo a situação funcional em aberto.
Embora a sentença tenha determinado a perda do cargo público, Kassamio permanece oficialmente vinculado à Polícia Civil, apenas afastado das atividades. Dessa forma, o investigador condenado seguiu incluído na folha de pagamento estadual ao longo de 2025, conforme registros oficiais.
Dados do Portal da Transparência do Governo do Maranhão indicam que Kassamio recebeu salários brutos entre R$ 8.705,65 e R$ 9.802,48 de janeiro a novembro de 2025. Em novembro, o valor pago foi de R$ 9.802,48, mesmo após a condenação judicial.
Além desse processo, o investigador condenado também responde a outras ações penais por crimes como receptação e homicídio, ocorridos em Timon. No entanto, esses casos ainda não possuem julgamento definitivo no Poder Judiciário.
DETALHES DA CONDENAÇÃO E PROVAS
Segundo a sentença, Kassamio participou de uma ação criminosa em 31 de março de 2020, quando ele e comparsas se passaram por policiais civis, invadiram a residência de um comerciante, mantiveram a família refém e realizaram roubos em três locais distintos. Após os crimes, o grupo exigiu R$ 50 mil sob ameaça de morte.
O juiz destacou um conjunto considerado robusto de provas, incluindo depoimentos das vítimas, confissões dos corréus, laudos periciais, imagens de câmeras de segurança e dados obtidos por quebra de sigilo telefônico. As investigações indicaram que Kassamio conduzia o veículo usado na ação.
A análise de localização apontou que o celular do investigador condenado esteve nas áreas dos crimes e no local combinado para a entrega do valor exigido. Para o magistrado, as provas técnicas confirmaram a atuação dele como líder do grupo criminoso.
OUTROS RÉUS E ARGUMENTOS DA DEFESA
Outro envolvido, identificado como Jhonildo, também foi condenado a 15 anos, 9 meses e 17 dias de prisão, em regime fechado. Já Marcos Wanderson Venâncio Mendes, citado no processo, teve a punibilidade extinta em razão de morte durante a tramitação da ação penal.
A defesa de Kassamio pediu absolvição, alegando ilicitude de provas, falhas na cadeia de custódia, ausência de reconhecimento formal e apresentação de álibi. Contudo, o juiz rejeitou todos os argumentos, afirmando que não houve irregularidades comprovadas nem documentação que confirmasse diligência oficial no dia dos crimes.
Com informações do G1 Maranhão.







