
BRASÍLIA, 17 de dezembro de 2025 – A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) manifestou-se favoravelmente ao conhecimento de uma representação que apura suposto desvio de finalidade e uso indevido de recursos públicos na ABDI. O caso envolve o presidente da agência, Ricardo Cappelli, e foi analisado pela 4ª Diretoria do órgão.
A manifestação ocorreu na quinta (11), em Brasília, no âmbito de contrato de publicidade.
Segundo o parecer, a unidade técnica sugeriu que o TCU aceite a representação e conceda prazo de 15 dias para que a ABDI apresente esclarecimentos.
O posicionamento foi encaminhado ao gabinete do ministro Bruno Dantas, relator do processo, que será responsável por elaborar o voto e submeter o caso ao Plenário. Ainda não há data definida para julgamento.
A representação foi protocolada pelo deputado distrital Daniel de Castro (PP). Ele sustenta que, após a posse de Ricardo Cappelli na presidência da ABDI, a agência teria utilizado contrato de publicidade para ações relacionadas à promoção pessoal do dirigente, o que motivou o pedido de apuração pelo TCU.
De acordo com a denúncia, o contrato recebeu um aditivo de 25%, elevando o valor total para R$ 8,1 milhões. Segundo o parlamentar, o acréscimo ocorreu sem justificativa técnica adequada e, posteriormente, teriam sido criados sites e perfis pessoais associados a Cappelli, supostamente vinculados à estrutura da ABDI.
Ao examinar os autos, a 4ª Diretoria da Unidade de Auditoria Especializada em Contratações afirmou ter identificado indícios de desvio de finalidade na execução do Contrato nº 25/2022. Entre os pontos citados estão a ausência de justificativa técnica para o aditivo e o uso de recursos institucionais.
O parecer técnico também mencionou a utilização da estrutura da ABDI para atividades pessoais do presidente, além da gestão de impulsionamentos por servidores e terceirizados. O relatório apontou, ainda, o caráter político do conteúdo promovido no âmbito do contrato analisado.
Em nota, Ricardo Cappelli afirmou que a ABDI ampliou suas atividades finalísticas e sua presença nos veículos de comunicação. Segundo ele, essa atuação é pública e pode ser comprovada por matérias divulgadas na imprensa.
Sobre a representação no TCU, Cappelli declarou que o pedido foi apresentado por um deputado distrital ligado à base do governo local. Ele negou a existência de irregularidades relacionadas à gestão do contrato de publicidade da agência.







