
BRASIL, 17 de dezembro de 2025 – Trabalhadores dos Correios em sete estados iniciaram uma greve por tempo indeterminado a partir das 22h desta terça (16). A paralisação foi aprovada em assembleias realizadas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraíba.
A decisão ocorre após semanas de impasse nas negociações do acordo coletivo com a empresa, que enfrenta grave crise financeira. O movimento exige reajuste salarial e a manutenção de benefícios.
Mesmo com a orientação contrária do sindicato paulista, os funcionários em São Paulo decidiram pela greve. Assembleias em bases de grandes cidades, como Vale do Paraíba, Campinas, Santos e Londrina, também aprovaram a paralisação.
Além dessas unidades, outros doze sindicatos estaduais e regionais mantiveram o estado de greve. Essas entidades aguardam novos desdobramentos das tratativas nacionais.
PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES
A categoria exige um reajuste salarial baseado na inflação e a manutenção de benefícios consolidados. A lista inclui o adicional de 70% nas férias, o pagamento de 200% por trabalho nos fins de semana e o vale-peru de R$ 2,5 mil.
Os trabalhadores afirmam que não devem ser responsabilizados pela crise da estatal. Em nota, o sindicato de São Paulo criticou a demora da empresa em apresentar uma proposta concreta desde julho.
A direção dos Correios alega que a situação financeira inviabiliza atender a todas as demandas. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) atua como mediador nas negociações desde a última quinta (11).
A empresa fez uma proposta com reajuste pela inflação e aceitou parte das reivindicações. No entanto, manteve a recusa em relação ao vale-peru, o que levou à rejeição da oferta pelos trabalhadores.
CONTEXTO DA CRISE
A estatal acumula prejuízos desde o início do atual governo federal, com um déficit de R$ 6,1 bilhões até setembro. Para tentar uma reestruturação, os Correios buscam um empréstimo de R$ 12 bilhões junto ao Ministério da Fazenda. Anteriormente, a empresa já havia tentado obter R$ 20 bilhões.
A crise financeira é o principal argumento da direção para limitar as concessões aos funcionários.







