
BRASÍLIA, 16 de dezembro de 2025 – O presidente Lula declarou que não interfere e não pretende interferir nas decisões do Supremo Tribunal Federal e afirmou que a autorização das buscas da Polícia Federal na Câmara dos Deputados foi uma decisão exclusiva do ministro Flávio Dino.
A declaração ocorreu após a repercussão da operação policial realizada na sexta (12), em Brasília, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra uma servidora da Casa, no contexto de uma investigação conduzida pelo STF.
A ação teve como alvo Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, funcionária da Câmara dos Deputados que já atuou como assessora direta do ex-presidente da Casa, Arthur Lira.
As diligências foram autorizadas por Flávio Dino, relator do caso no Supremo, no âmbito de uma apuração que investiga suspeitas relacionadas ao uso da estrutura do Legislativo.
Lula afirmou que medidas dessa natureza se baseiam em investigações, denúncias e provas reunidas pelos órgãos competentes e que o Executivo não faz juízo de valor sobre decisões judiciais.
Em entrevista ao SBT News, Lula destacou que a independência do Judiciário é um dos pilares da democracia brasileira. Ele ressaltou que, embora tenha indicado a maioria dos ministros atualmente em exercício no Supremo Tribunal Federal, isso não lhe confere qualquer influência sobre as decisões da Corte.
O presidente citou, inclusive, o período em que esteve preso para exemplificar a autonomia do STF, mesmo em processos que o atingiram diretamente.
Ainda segundo Lula, autorizações de busca e apreensão são decisões técnicas, restritas ao ministro responsável pelo processo. Ele afirmou que, quando há investigação formal em andamento, o chefe do Executivo não participa nem deve participar desse tipo de deliberação, sob risco de caracterizar interferência indevida entre os Poderes constituídos.
Ao relembrar episódios do passado, Lula mencionou buscas realizadas em sua residência e afirmou que, em situações nas quais diligências não resultam na identificação de irregularidades, a ausência de esclarecimentos públicos gera desgastes e compromete a credibilidade das instituições.
Para ele, a transparência nesses casos é essencial para evitar interpretações equivocadas.
Por fim, o presidente declarou que mantém uma relação institucional de respeito com o Congresso Nacional e com o Judiciário.







