
BRASÍLIA, 15 de dezembro de 2025 – Funcionários do Sistema Petrobras iniciaram uma greve nacional por tempo indeterminado na madrugada desta segunda (15).
A paralisação ocorreu após a rejeição da contraproposta da estatal para o Acordo Coletivo de Trabalho. A Federação Única dos Petroleiros e a Federação Nacional dos Petroleiros lideram o movimento, que envolve cerca de 75 mil trabalhadores.
A principal reivindicação da categoria é um reajuste salarial de 9,8% para recompor perdas passadas. A Petrobras havia oferecido um aumento de 5,66%, equivalente à inflação mais 0,5% de ganho real. Além disso, os sindicalistas exigem o fim dos descontos no fundo de pensão Petros e uma divisão mais justa dos lucros.
A greve nacional impacta plataformas, refinarias e unidades administrativas, operando com equipes de segurança e atividades essenciais. A adesão ao movimento impediu o revezamento de turnos em seis refinarias nesta segunda. As unidades afetadas são Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR).
A produção não está totalmente paralisada, mas a suspensão das trocas de turno e a falta de reforços podem pressionar o sistema. A greve nacional foi aprovada por mais de 96% dos trabalhadores em assembleias do Sindipetro-NF. Consequentemente, a paralisação tem ampla adesão nas bases operacionais.
Houve tensão durante um protesto na Refinaria Reduc, em Duque de Caxias (RJ). A Polícia Militar usou spray de pimenta para dispersar manifestantes no local. Aposentados e pensionistas também participam da mobilização, realizando vigílias em frente à sede da Petrobras no Rio de Janeiro.
As entidades citam os dividendos recordes de R$ 32,7 bilhões pagos pela empresa como justificativa para a greve nacional. Elas também criticam tentativas de alterar cláusulas que estão sob análise judicial. O movimento segue sem previsão de retorno às negociações.







